Sob nova gestão, Dia destina R$ 20 milhões para modernização e reestruturação de unidades
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 16/09/2024
Foto: Divulgação
Sob nova gestão, o Dia Brasil agora está em fase de reestruturação e visa competir diretamente com outros formatos de proximidade, deixando a concorrência com os atacarejos para trás. Serão investidos cerca de R$ 20 milhões para renovação das 244 unidades restantes, e a previsão é de que até outubro todas já atendam aos novos padrões da empresa.
Internamente, as lojas terão mudanças na distribuição dos itens para oferecer uma experiência de compras mais organizada e eficiente. Também haverá melhorias na iluminação e foram comprados novos carrinhos e cestas. Além disso, agora o foco são os produtos frescos, com abastecimento diário das lojas. Já na parte externa, a identidade visual será renovada para facilitar o reconhecimento pelos clientes.
Todas essas ações foram iniciativas da MAM Asset Management, gestora de ativos do Banco Master, que adquiriu a operação em maio deste ano, após o Grupo espanhol encerrar suas atividades no Brasil.
Em pouco mais de 3 meses sob a nova gestão com o seu mais novo CEO, Fabio Farina, o Dia alcançou seu menor índice de ruptura desde 2022 e apresenta sinais de uma recuperação financeira. Para se ter uma ideia, em janeiro o Dia registrou R$ 70 milhões em perdas operacionais, já em agosto a empresa apresentou lucro e as perdas foram reduzidas para R$ 7 milhões.
Anteriormente, a empresa possuía quatro CDs e agora há somente um, em Osasco (SP), que tem capacidade para abastecer todas as unidades restantes.
Nos próximos meses, a empresa espera se consolidar como a opção mais barata dentre os modelos de proximidade. Um dos pilares para isso será a marca própria “A Melhor a Cada Dia”, que possui mais de 1.000 itens, inclusive importados como geleias da Argentina, macarrão da Itália e azeite de Portugal – todos com preços competitivos.
A rede também busca manter o formato de franqueadora, garantindo que não haja diferença entre as lojas e assegurando um padrão de qualidade e atendimento.
Relembre-se
Em 2023 o Dia registrou um prejuízo de EUR 154 milhões no Brasil – um aumento de aproximadamente EUR 82 milhões em relação a 2022. A companhia também apresentou queda de 12% nas vendas de mesmas lojas e encerrou 18 PDVs.
Na época, Martín Tolcachir, CEO global do Dia, contou que a companhia estava passando por um processo de “reposicionamento do core” para fechar operações em andamento. Representantes do Grupo também afirmaram que as operações no Brasil sofreram com uma “deterioração nos resultados financeiros, afetados pelo contexto de mercado altamente competitivo, o que levou a iniciativas promocionais”. O varejista, que sempre se posicionou no país como tendo uma oferta de preços mais vantajosa, estava sofrendo forte impacto da competição com os atacarejos, devido ao aumento significativo do formato.
Neste ano, a empresa encerrou 343 de suas 587 lojas, e três CDs no Brasil, permanecendo com unidades somente em São Paulo, para tentar trazer maior estabilidade à sua operação enquanto aguardava a definição de novas decisões estratégicas.
Após isso, no dia 21 de março, o varejista protocolou um pedido de recuperação judicial com o objetivo de superar a sua situação financeira no país. Um pouco depois, no dia 31 de maio, a empresa fechou um acordo com a MAM Asset Management para a venda de 100% do capital no Brasil por um valor simbólico de 100 euros.
Fonte: Estadão