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Após três meses de reestruturação, o Dia conclui a reinauguração de todas as suas 244 unidades distribuídas pelo Estado de São Paulo. As lojas receberam uma nova iluminação, fachada com cores mais escuras e serviço de padaria. Além disso, a empresa reforça seus itens frescos, direto do produtor para o consumidor. Estima-se que foram investidos cerca de R$ 20 milhões para as revitalizações.

 

Essa nova fase também acompanha um reposicionamento. Agora, o Dia quer ser conhecido como um "Atacadinho de Bairro". A ideia é trazer o formato de atacado adaptado ao bairro, unindo conveniência com economia. 

 

“Vamos manter o compromisso com a proximidade, qualidade e preços acessíveis, trazendo uma experiência de compras cada vez mais personalizada”, contam representantes da empresa.

 

Os destaques dessa nova “era” da empresa são os produtos frescos, disponíveis todos os dias, a marca própria e o Clube Dia, programa de benefícios para fidelizar os consumidores.

 

Relembre-se

 

Dia registra prejuízo de EUR 154 milhões

 

Em 2023, o Dia registrou um prejuízo de EUR 154 milhões no Brasil – um aumento de aproximadamente EUR 82 milhões em relação a 2022. A companhia também apresentou queda de 12% nas vendas de mesmas lojas e encerrou 18 PDVs. Na época, Martín Tolcachir, CEO global do Dia, contou que a companhia estava passando por um processo de “reposicionamento do core”.

 

Representantes do Grupo também afirmaram que as operações no Brasil sofreram com uma “deterioração nos resultados financeiros, afetados pelo contexto de mercado altamente competitivo, o que levou a iniciativas promocionais”.

 

O varejista, que sempre se posicionou no país como tendo uma oferta de preços mais vantajosa, estava sofrendo forte impacto da competição com os atacarejos, devido ao aumento significativo do formato.

 

Dia encerra 343 operações e foca no mercado paulista

 

Neste ano, a empresa encerrou 343 de suas 587 lojas, e três CDs no Brasil, permanecendo com unidades somente em São Paulo, para tentar trazer maior estabilidade à sua operação enquanto aguardava a definição de novas decisões estratégicas.

 

Em nota, a empresa espanhola afirmou que as unidades em São Paulo foram mantidas, pois trazem a maior rentabilidade, e que essa concentração na região servirá para capitalizar a rede logística e a redução de custos.

 

Além disso, a empresa afirmou que essas medidas “possibilitariam destinar os recursos para mercados mais rentáveis e com maior potencial de crescimento para o grupo na Espanha e na Argentina, onde a companhia conseguiu uma posição relevante com uma estratégia focada em lojas de proximidade”.

 

Empresa espanhola vende 100% do seu capital do Dia no Brasil para banco mineiro

 

No dia 21 de março, o varejista protocolou um pedido de recuperação judicial com o objetivo de superar a sua situação financeira no país. Contudo, pouco depois, no dia 31 de maio, a empresa fechou um acordo com a MAM Asset Management, que faz parte do Banco Master, para a venda de 100% do capital no Brasil por um valor simbólico de 100 euros. 

 

Sob a nova gestão, as operações no Brasil então se voltaram para a reestruturação e reposicionamento. Em pouco mais de 3 meses sob o comando de Fabio Farina, o novo CEO da empresa, o Dia alcançou seu menor índice de ruptura desde 2022 e apresenta sinais de uma recuperação financeira. 

 

Para se ter uma ideia, em janeiro o Dia registrou R$ 70 milhões em perdas operacionais, já em agosto a empresa apresentou lucro e as perdas foram reduzidas para R$ 7 milhões.