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09/09/2025
#TradeConnection: digitalização do varejo alimentar impulsiona novos modelos de negócio
POR Gabrielly Mendes
EM 08/09/2025

Foto: SA+ Varejo
A discussão sobre “E-commerce no Varejo Alimentar”, que aconteceu no 3º Trade Connection, reuniu executivos do GPA, Ambev e da Ecommerce Brasil, parceira da SA+ Trade na realização do painel. A discussão mostrou que, apesar da baixa penetração, o comércio eletrônico de alimentos no Brasil cresce de forma acelerada e deve manter expansão de dois dígitos anuais nos próximos anos.
Tiago Baeta, fundador do Ecommerce Brasil, afirmou que o país vive “uma das principais oportunidades do varejo alimentar”. Ele lembrou que cerca de 60% da população já compra online, o que representa 100 milhões de consumidores, mas a penetração geral do e-commerce no Brasil é de 13%, abaixo da média mundial e distante de mercados como a China, onde já supera 50%.
Segundo Baeta, no caso específico do varejo alimentar, o digital atinge apenas 20% dos consumidores, em um mercado estimado em R$ 1 trilhão. “Estamos batendo R$ 20 bilhões ainda, mas é um mercado que cresceu 18% no ano passado e que deve crescer 15% ou 16% ao ano na próxima década”, afirmou. Ele também destacou a integração entre canais físicos e digitais: “Não é só e-commerce. É retail media, digitalização da loja e experiência do consumidor. A tecnologia é um meio de melhorar essa experiência e o caminho é a colaboração entre varejo e indústria”.
Cultura digital como pilar estratégico
Karina Arcuri, diretora de E-commerce da Ambev, ressaltou que o digital amplia a capacidade de conhecimento do consumidor. Para ela, quando o varejo trata o digital como pilar estratégico, a indústria ganha confiança para investir.
“O e-commerce é uma oportunidade de ouro para conhecer o shopper e executar modelos de testes com mais agilidade. A mensuração e a personalização se tornam muito mais fáceis”, disse, Karina Arcuri, diretora de E-commerce da Ambev.
Na mesma linha, Victor Maglio, diretor de E-commerce do GPA, reforçou que o setor ainda tem baixa penetração: “Só 4% das compras alimentares no Brasil estão no e-commerce. Mas quando o cliente compra nos dois canais, físico e digital, ele consome 2,3 vezes mais por mês e com tíquete médio 1,5 vez maior”.
Maglio destacou ainda os resultados recentes da companhia: “Nos últimos 12 meses, tivemos R$ 2,3 bilhões em vendas digitais, com participação de 12,6% e margem operacional de 9,9%”. Ele explicou que os ganhos estão apoiados em três pilares: cultura digital enraizada na empresa, uso intensivo de CRM para ouvir clientes via NPS e rentabilidade atrelada ao comportamento de consumo.
Estratégia e produtividade
Sérgio Alvim, CEO da SA+ Ecossistema de Varejo, afirmou que a adesão ao digital é uma decisão estratégica das companhias. “O e-commerce precisa vir de cima como prioridade. O consumidor não quer comprar tudo na loja e carregar caixotes. Se ele não encontrar no seu canal digital, vai buscar no concorrente. A questão é como tornar a operação rentável”, avaliou.
“O varejo não pode abrir mão de entender seu próprio shopper. Não é o consumidor do Brasil ou da Faria Lima, é o da sua região. Os clientes de Pernambuco são diferentes do Rio Grande do Sul. É preciso ter clareza sobre isso para não perder relevância”, afirma Sérgio Alvim, CEO da SA+ Ecossistema de Varejo.
O painel também destacou a importância da colaboração entre redes e fornecedores. Karina Arcuri afirmou que, em muitos casos, “os KPIs e as metas não estão correlacionados porque faltou um alinhamento prévio entre as partes”. Ela defendeu que o diálogo antecipado e a integração entre planos físicos e digitais são essenciais para o sucesso das campanhas.
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Gabrielly Mendes
Repórter Junior