21/10/2025
Queda no volume das vendas marca pior resultado do ano para o varejo alimentar
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 21/10/2025

Foto: Adobe Stock
O varejo alimentar brasileiro registrou o pior desempenho do ano em setembro, segundo o Radar Mensal da Scanntech. O faturamento avançou 2,5% em relação ao mesmo mês de 2024, mas as vendas em unidades caíram 3,6%. O crescimento do tíquete médio, impulsionado pela alta de 6,3% nos preços, foi o principal responsável pelo aumento do faturamento nominal.
O resultado foi impactado principalmente pela cesta de bebidas, que apresentou retração de 11,2% em unidades e queda de 4,3% no faturamento. Dentro desse grupo, as bebidas alcoólicas recuaram 17% e as não alcoólicas, 7,5%, movimento associado às temperaturas mais baixas do período e crise de bebidas adulteradas com metanol.
A cesta de mercearia também apresentou recuo de 3% em unidades, com destaque para a queda nas categorias de indulgência, como chocolates e biscoitos, responsáveis por 79% da retração do segmento.
Felipe Passarelli, Head de Inteligência de Mercado da Scanntech, afirmou que a influência do clima sobre o consumo tem se intensificado. Segundo ele, “a cesta de bebidas é uma das que mais impacta o desempenho do setor. Quando o consumo cai, os varejistas sentem o reflexo imediatamente. Já na mercearia, nota-se uma redução nas compras de indulgências, como chocolates, e um aumento na procura por itens proteicos, reforçando a tendência crescente de produtos voltados a performance e equilíbrio”.
Atacarejos registram o pior desempenho entre os formatos
Entre os canais, os supermercados tiveram queda de 2,5% em volume, e aumento de 4% no faturamento. Já os atacarejos registraram o pior desempenho: retração de 5,4% em unidades e leve queda de 0,1% no faturamento.
Apesar da desaceleração geral, o consumo de refrigerantes zero manteve trajetória de alta. Entre janeiro e agosto, as vendas em volume cresceram 18,8%, com alta de 28,4% no faturamento.
O avanço foi mais expressivo em Minas Gerais (+24,8%) e Rio de Janeiro (+20,4%). Na Região Metropolitana de São Paulo, os produtos zero já representam 26,1% das vendas da categoria.
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