Margem bruta: as iniciativas do varejo para lidar com esse desafio
POR Alessandra Morita
EM 02/08/2024
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Os primeiros resultados do 2º trimestre das varejistas de capital aberto indicam que a margem bruta deve permanecer um desafio para este ano. Para se ter uma ideia, Carrefour e Cencosud registraram uma queda de 1 ponto percentual nesse indicador no período.
Nesse sentido, as empresas permanecem lançando mão de medidas que possam levar a uma recuperação nos próximos meses. Algumas dessas iniciativas atuam diretamente na margem bruta, enquanto outras melhoram indicadores que neutralizam a sua queda no resultado final ou ajudam a melhorá-lo.
Fortalecimento de estratégias digitais que possam gerar novas receitas, como o retail media, vem ganhando força no varejo alimentar. Somam-se a isso uma melhor utilização dos dados provenientes dos programas de fidelidade, revisão das dinâmicas comerciais e de precificação, análise de sortimento e aplicação de metodologias, como o gerenciamento por categorias.
Nesse cenário, as marcas próprias também têm sido utilizadas pelas empresas, sobretudo em suas operações de varejo. Um estudo do Santander em parceria com a consultoria Amicci analisou a contribuição das linhas próprias em redes do varejo alimentar e de farmácias mais maduras nessa estratégia e constatou um aumento, nos últimos anos, de 0,5 até 1,5 ponto percentual na margem bruta.
Esses resultados vêm de uma negociação mais favorável com os fornecedores e da fidelização que as marcas próprias podem gerar, impactando o tíquete médio. Para se ter uma ideia, no GPA, esses produtos representam 21% das vendas, considerando todas as bandeiras. Segundo a empresa, eles estão presentes em 8 de cada 10 cestas de compras. Além disso, os clientes que consomem as linhas exclusivas da companhia têm uma frequência média 2,4 vezes superior àqueles que não adquirem esses itens.
No Sam’s Club, bandeira de clube de compras operado pelo Carrefour no Brasil, as marcas próprias importadas alcançaram penetração de 23,6% (4,2 pontos percentuais maior do que o ano passado) durante o 2º trimestre deste ano. Já as vendas cresceram 23,3%.
O Cencosud Brasil, por sua vez, obteve uma receita líquida de R$ 90,9 milhões entre abril e julho deste ano com os produtos de marca própria. Esse valor é 37% maior do que o faturamento de iguais meses de 2023. A participação é de 4,2% em um sortimento de 2.296 SKUs, que cresceu 57% em relação ao 2º trimestre do ano passado.
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