22/01/2025
GPA entra em novo ciclo estratégico e nega possível fusão com o Dia
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 21/01/2025
Foto: Divulgação
O GPA tem realizado ciclos de três anos para aplicar seus planejamentos estratégicos. O primeiro foi o de turnaround, iniciado em 2022, que tem como objetivo a retomada de crescimento e ganho de market share, reconexão com os consumidores, incremento da relevância da experiência digital e segmentação dos planos de expansão. O período também coincidiu com a entrada de Marcelo Pimentel, o atual CEO da empresa.
Assim, a empresa colocou uma série de ativos à venda, incluindo sua sede em São Paulo, negociou passivos tributários bilionários e intensificou a estratégia em torno dos itens premium.
As principais conquistas durante o período foram a redução da alavancagem financeira – que foi de 8,8 vezes em 2023 para 2,8 vezes no 3º trimestre de 2024; e o aumento de 4 p.p. na margem bruta. No segundo semestre, a empresa também registrou um prejuízo líquido de R$ 332 milhões, uma queda de 21,88% em relação ao mesmo período de 2023.
Agora, o novo ciclo que se inicia este ano tem como foco o crescimento, e se estenderá até 2027 com o objetivo principal de trazer resultados líquidos e expandir, principalmente suas bandeiras de proximidade.
Ao todo, o GPA abriu 60 novas lojas em 2024 com foco no modelo de proximidade premium.
Fusão com o Dia
No fim do ano passado, uma possível fusão entre o GPA e o Dia começou a ser discutida na mídia. Conforme informamos, Nelson Tanure, novo controlador da rede Dia, estava analisando a possibilidade de um acordo estratégico, com o objetivo de transformar sua rede em um player mais competitivo.
Na época, fundos da gestora Reag Trust, que administra fundos de Tanure, passaram a deter 5,69% das ações ordinárias do GPA, além de instrumentos financeiros derivativos que elevaram a exposição total para 9,56%.
Contudo, Pimentel afirmou recentemente que a possível fusão seria uma distração que o executivo prefere evitar. O CEO também reforçou os atuais objetivos estratégicos do GPA, que envolvem a recuperação da base, principalmente de clientes premium, e a entrega de melhorias.
Inflação e competição com os atacarejos
Em meio a recuperação, o GPA também enfrenta um cenário desafiador com o aumento da inflação, que pressiona principalmente as classes C e D. Segundo Pimentel, embora a bandeira Pão de Açúcar seja mais resiliente a este tema, por seus consumidores não serem tão afetados, o Extra sente os efeitos da inflação.
O aumento nos preços também leva mais consumidores para outros formatos de negócio, como é o caso dos atacarejos, que também tem conquistado clientes com um poder aquisitivo maior.
Apesar disso, o CEO não demonstra interesse em entrar na “guerra de preços”, considerando que sua proposta de valor vai além disso, e contempla uma experiência, sortimento e serviços diferenciados.
Em 2024, o Grupo trouxe 700 lançamentos exclusivos em parceria com a indústria, reforçando a percepção de exclusividade na bandeira premium.
Fonte: Exame