Saiba por que Conselho de Economia criticou Bolsonaro
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 22/11/2018
Uma declaração feita nesta semana pelo presidente eleito ao jornal Folha de S. Paulo desagradou ao Conselho Federal de Economia (Cofecon). Jair Bolsonaro afirmou que "quem ferrou o Brasil foram os economistas" e completou garantindo ter "bom senso" e saber "o que o povo quer na ponta da linha".
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A crítica aos profissionais de economia foi prontamente rebatida pelo Conselho profissional, que classificou o episódio como "mais uma postura lamentável de quem já teve tantas outras". Para Wellington Leonardo da Silva, presidente do Cofecon, insucessos da política econômica não têm relação com falta de capacidade teórica dos economistas brasileiros, mas a erros no modelo econômico escolhido, segundo ele, sob influência de banqueiros, rentistas e conservadores que visam benefícios próprios e não o que é melhor para o País.
Ainda na opinião do presidente do Cofecon, o governo recém-eleito repete esses mesmos erros com aquilo que Silva define como uma equipe de "Chicago boys retrô chefiada por Paulo Guedes, cuja matriz teórica não é mais defendida nem por aqueles que foram seus mestres”.
O termo "Chicago boy" se refere aos discípulos da teoria econômica da Escola de Chicago, como ficou conhecido o grupo de professores que lecionava na cátedra de economia da Universidade de Chicago , tendo Milton Friedman como grande expoente. O liberalismo nos moldes defendidos, décadas atrás, por esses acadêmicos, é a base da política econômica prevista para o governo de Jair Bolsonaro.
Paulo Guedes, ministro com super poderes no campo econômico, é um dos integrantes do próximo governo que cursou doutorado na Universidade de Chicago. A teoria defendida pelos "Chicago Boys" já foi implantada na década de 1970 durante a ditadura de Pinochet, no Chile e também nos governos Ronald Reagan, nos EUA e Margareth Thatcher, na Inglaterra, ambas experiências dos anos 1980.
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