O cenário econômico nacional – e, vale dizer, mundial – não tem sido para amadores. No Brasil, os supermercadistas têm enfrentado desde as bets, que estão comendo boa parte do dinheiro da população, até uma concorrência que não dá trégua de nenhum lado.

É claro, adversidades macroeconômicas são constantes e fazem parte do mundo dos negócios, mas não estão sob controle das empresas. O que equivale a dizer que sim, há necessidade de analisá-las e buscar maneiras de minimizar seus efeitos. Entretanto, é igualmente importante olhar para aspectos nos quais o varejista possa atuar diretamente.

Tomando como base um levantamento da Scanntech, apresentado no 14º Fórum Nacional de Integração Varejo e Indústria, realizado no final de abril pela SA+, destacamos três oportunidades que podem ser alvo de estratégias pelos varejistas:

1. Saudabilidade: a cesta de produtos saudáveis segue avançando, com crescimento de 14,3% em volume no 1º trimestre de 2025. Em valor, a alta foi de 17,3%. Se deflacionarmos essa taxa pela variação de preços do período no varejo alimentar (5,5%), chegamos a um aumento real de 11,2%

2. Premium: em muitas categorias, há espaço para ampliar a venda de segmentos de maior valor agregado. Um exemplo são os cafés, em que os itens premium representaram 3% do faturamento entre janeiro e março/2025, com tendência de alta

3. Canais: entender o mix para cada formato, loja e canal ainda é uma grande oportunidade no varejo. Isso é especialmente verdade no online, um negócio ainda relativamente novo para as empresas do setor. Para ilustrar: uma rede varejista registrou em seu e-commerce crescimento 5 pontos percentuais acima das suas lojas físicas e 3 pp superior ao comércio eletrônico em geral. Para isso, fez um ajuste de sortimento a partir do entendimento de quais são as categorias e itens mais relevantes no canal, descobrindo importantes diferenças em relação às unidades físicas