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12/08/2025
Varejo e indústria de alimentos propõem ações para conter efeitos de tarifa dos EUA
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 11/08/2025

Foto: Adobe Stock
O FCNA (Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento), que reúne associações ligadas às redes de supermercados e setores do agronegócio e da indústria de alimentos, encaminhou ao governo federal um relatório sobre os impactos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos ao Brasil.
O documento foi enviado na quinta-feira (8) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a oito ministros. O estudo estima que, sem alterações no cenário, a economia brasileira pode perder US$ 40,4 bilhões em 12 meses, o equivalente a uma redução de 1,8 p.p. no PIB. A projeção do crescimento para 2025 cairia de 3,2% para 1,3%.
Segundo o levantamento, o setor mais afetado seria a indústria de transformação, com retração de até 5,6 p.p. no cenário mais grave. A agropecuária e a indústria extrativa sofreriam menos impactos devido à possibilidade de redirecionar commodities para outros mercados.
O documento aponta ainda perdas de até 2% na arrecadação federal no curto prazo e prevê impacto no emprego, com redução estimada de 179.000 postos nos seis primeiros meses e até 287.000 no prazo de 18 a 36 meses após a entrada em vigor da tarifa.
Entre as medidas sugeridas pelo FCNA estão a antecipação da vigência da cesta básica nacional com isenção tributária total, redução da taxa Selic, ampliação do crédito produtivo, desoneração e simplificação das contratações formais, com foco em pequenas e médias empresas.
O setor também defende a criação de um programa emergencial para os segmentos mais impactados, com refinanciamento de passivos, compra pública de excedentes e ações fiscais voltadas ao equilíbrio orçamentário.
O boletim Focus, divulgado pelo Banco Central em 4 de agosto, não refletiu mudanças significativas nas expectativas do mercado após o anúncio da tarifa. A previsão para a inflação oficial (IPCA) deste ano caiu pela décima semana seguida, de 5,09% para 5,07%. Para 2026, a estimativa recuou de 4,44% para 4,43%, e para 2027 e 2028 segue em 4% e 3,8%, respectivamente.
As projeções para o PIB se mantiveram em 2,23% para 2025. Para 2026, houve redução de 1,89% para 1,88% e, para 2027, de 2% para 1,95%.
O documento é assinado por 15 entidades, incluindo Abras, Abad, Abag, Abia, Abic, Abipla, Abir, ABPA, Abralatas, Abralog, Abramilho, Abre, Andav, ANR e CropLife Brasil.
Fonte: Folha de S. Paulo
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