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16/02/2025
Saiba como a mudança de comportamento do consumidor vai influenciar o varejo alimentar nos próximos anos
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 07/04/2022
Foto: Stock Adobe
A queda no poder de compra do consumidor, juntamente com o avanço da inflação, levaram o varejo alimentar a registrar recuo de 2,4% nas vendas, já descontada a inflação, no ano passado. A informação faz parte do estudo da McKinsey, em parceria com a plataforma de dados Scanntech, que analisou as movimentações no varejo alimentar em todas as regiões do País em 2021.
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As informações verificados no ano passado são de extrema importância para posicionar o segmento este ano e nos próximos. A pesquisa aprofundou os dados para entender os reflexos em cada região do Brasil, a dinâmica dos diferentes formatos, e as mudanças de comportamento do consumidor, para depois traçar um olhar sobre as tendências para o varejo alimentar nos próximos anos. A queda nas vendas pode parecer desanimadora, mas, na realidade, existem algumas oportunidades que podem ser aproveitadas pelos varejistas alimentares.
De acordo com o estudo, não ocorreu uma desaceleração homogênea no País. O Nordeste registrou a maior queda nas vendas, de 8,3%, seguido pelo Norte, -7,5% e Sudeste, -7,3%, regiões que também tiveram maior variação na massa total de renda no ano passado.
O tíquete médio apresentou aumento de 8,4% no Brasil, mas esse movimento reflete a alta no preço dos alimentos. Por outro lado, houve uma queda na freqüência de compra de 3,2%.
Outro ponto importante identificado pela pesquisa, é que o consumidor passou a substituir produtos da sua cesta por opções mais econômicas. Neste sentido, as categorias mais impactadas foram arroz, produtos de limpeza da casa e produtos para lavar roupa. Enquanto comportamentos como caçar preços mais baixos e optar por produtos mais econômicos são usualmente observados em períodos de dificuldade econômica, a redução da frequência de compras é uma mudança de comportamento particular deste período de pandemia. O estudo mostrou também um crescimento nas compras online, mesmo com a retomada da presencialidade.
O contexto desafiador persistirá no curto prazo, impactando a dinâmica de crescimento do varejo alimentar e os hábitos dos consumidores. Com margens pressionadas e alta competição, torna-se necessário que o varejo reinvente seu modelo de geração de valor, acelere a digitalização e equacione o desafio de rentabilizar o omnicanal.
Com 70% dos consumidores buscando formas de economizar e 40% dispostos a substituir produtos consumidos por alternativas mais econômicas, varejistas alimentares devem buscar adequar seu sortimento de produtos, como fortalecer a presença de marcas próprias e de alternativas econômicas.
Diante deste cenário, a expectativa é de que o atacarejo continue em expansão. Além disso, novos players vão continuar experimentando formatos alternativos para atender novas ocasiões de compra do consumidor brasileiro, como entregas rápidas, entregas programadas, compras sociais e super proximidade. Os hipermercados buscarão rotas de rentabilizar alavancando sua amplitude de sortimento e versatilidade na oferta de produtos e serviços.
O interesse do consumidor por produtos mais saudáveis abre oportunidades para os varejistas. Mais da metade (56%) dos consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos saudáveis e orgânicos. No Brasil, o mercado de alimentos saudáveis e que promovem bem-estar deve crescer a um ritmo de 9% ao ano e chegar a um quinto do total de alimentos embalados em 2030.
Outra alternativa para os varejista é se especializar na categoria de perecíveis e saudáveis para oferecer uma experiência de loja física diferenciada e expandir a recorrência. Outra opção é construir um ecossistema, com produtos e serviços que atendam diversas necessidades do cliente, de forma integrada, para capturar sinergias e fidelizar clientes. Como exemplo, entre os dez varejistas globais que mais acumularam valor de mercado entre 2020 e 2022, grande parte possui uma abordagem de ecossistema que busca fortalecer o vínculo com seus clientes.
O estudo destaca o uso do digital e de advanced analytics a fim de gerar valor ao longo da cadeia e destravar crescimento no varejo. O desenvolvimento destas capacidades permite entender melhor as necessidades do consumidor e aprimorar sua experiência. Elas também viabilizam uma melhor execução pelo varejista de suas atividades principais. Vale ressaltar, que o desafio de integrar digital and analytics no varejo vai além da tecnologia, requer uma transformação cultural do varejista.
O omnicanalidade continua sendo importante, mesmo com a retoma presencial. De acordo com o estudo, 84% dos pesquisados pela McKinsey compram em lojas físicas, 76% online com entrega em casa, seguidos por uma parcela de 27% que compram online com coleta em pick up point e, por fim, 24% que utilizam compra online com coleta na loja. No entanto, a rentabilização desse segmento ainda é um desafio.
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