MVP: é o mínimo que se precisa para inovar em um produto ou serviço

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Reportagem: Patrícia Bull - redacao@savarejo.com.br -

Trata-se de um atalho para o plano de negócios. Mas não significa que você deve abandonar o método tradicional. Ao contrário, experimente combinar os dois

Estar aberto a novas ferramentas de gestão e saber quando elas são úteis e quando é melhor utilizar as tradicionais fará cada vez mais parte do seu dia a dia. Afinal, novas e mais modernas técnicas surgem a todo momento a fim de garantir maior agilidade e assertividade. Uma das metodologias que devem entrar no radar de quem trabalha no varejo é o MVP ou Minimum Viable Product (Produto Minimamente Viável, na siga em inglês). Muito utilizada por startups, consiste na observação e coleta de dados sobre clientes, criando situações práticas de negócio para aprender rapidamente sobre um produto ou serviço em que se deseja investir, por exemplo. A ideia é descobrir de forma ágil o que é essencial, como funcionalidades esperadas pelo cliente, para oferecer algo inovador.

O MVP ajuda a estruturar claramente o problema que se pretende resolver. Também pode ser usado para validar ideias, testá-las e aprimorá-las rapidamente. É um atalho em relação ao plano de negócios tradicional, que exige entendimento profundo do mercado, dos clientes, dos fornecedores e concorrentes para identificar a viabilidade de uma ideia ou a ampliação de um serviço ou produto.

Arthur Igreja, especialista em inovação, tecnologia, startups e empreendedorismo, explica que o termo se tornou conhecido no livro “The Lean Startup”, de Eric Ries, justamente pela “urgência”, uma das características dos empreendedores digitais. “É, na verdade, uma forma de entregar um produto ou serviço que represente a versão final, mas de uma maneira mais enxuta”, resume.

 

MVP ou plano de negócio?

O uso de uma metodologia não exclui a outra. Em muitas situações, dizem os especialistas, elas podem ser usadas de maneira combinada. Veja o que eles dizem sobre os dois modelos:

  • A diferença entre o MVP e o plano de negócios está principalmente na implementação. “Nos dois casos o objetivo é tirar uma ideia do papel. O MVP também exige um plano, mas o tempo de execução é muito menor. Por isso, o investimento é inferior ao do modelo tradicional”, diz o especialista em inovação e tecnologia Arthur Igreja
  • Para ele, o plano de negócio é mais indicado para estruturar uma operação, a fim de evitar custo inesperado por algum erro no meio do caminho
  • Já Bruno Portela, professor associado da FDC (Fundação Dom Cabral), diz que novos gestores têm preferido o MVP por verem o plano de negócio como uma metodologia morosa. Isso acontece porque não entendem que existe uma integração entre ambos
  • Segundo o professor, o MVP estimula o pensamento criativo e facilita a aplicabilidade. Por outro lado, os riscos são os mesmos que o plano de negócios oferece
  • Coordenador do Centro de Referência em Estratégia e Negócios da FDC, Fabian Salun alerta para o fato de que utilizar uma única metodologia de análise limita a capacidade de sucesso e impõe maior risco de fracasso ou de retrabalho da ideia
  • Por conta disso, Salun recomenda considerar o uso do MVP somado a seções específicas do plano de negócios, como a construção de um fluxo de caixa; a correta separação de custos, despesas, receitas, etc.

 

Amazon: testes para aprender

A inovação da loja autônoma só foi possível depois de entender e “ensinar” as máquinas sobre como o shopper compra. O cliente baixa um aplicativo no celular, que libera o acesso à loja, registra os itens tirados da prateleira e realiza o pagamento

Amazon Go exemplo de como usar
Para Arthur Igreja, especialista em inovação e tecnologia, a principal contribuição do MVP está na criação de novas experiências de compra. Ele exemplifica citando o Amazon Go, supermercado sem checkouts da gigante da Amazon, localizado em Seattle (EUA). Durante um ano, todas as funcionalidades foram testadas com funcionários da companhia para garantir uma experiência de compra impecável aos consumidores. A ideia era acumular conhecimento antes de abrir as portas ao público. Assim, quando uma pessoa entra no supermercado, câmeras e sensores detectam seus movimentos e identificam os produtos retirados das prateleiras (e eventualmente quais são colocados de volta). Com base nisso, sabe-se o que cada pessoa está comprando. Quando o cliente sai da loja – sem pegar nenhuma fila ou passar por qualquer tipo de checkout – a compra é debitada no cartão de crédito que o usuário registrou na Amazon.

 

 

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