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22/02/2025
Biscoitos: concentre esforços nos itens de maior valor agregado
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 06/02/2020
EVOLUÇÃO DA CATEGORIA EM 2019
Segmentos têm performances diferentes. Confira
-0,9% Foi a queda dos biscoitos em volume
1,6% Alta registrada da categoria em valor
41% Crescimento de biscoitos cobertos em valor
6% Avanço dos biscoitos wafer em valor
2% Aumento dos biscoitos água e sal em valor
-2% Recuo do segmento de salgados especiais
Fonte: dados Nielsen janeiro a novembro/2019
A categoria de biscoitos é complexa em muitos sentidos: desde o grande número de segmentos até as inúmeras ocasiões de consumo. É amplamente consumida em todo o território nacional, mas, nos últimos anos, sofreu com a redução das vendas em valor.
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Segundo estudo recente da Mondelez , que está começando a ser divulgado, preço e promoção mais do que dobraram sua importância na decisão de compras do shopper após a crise. A queda da renda é uma parte da explicação. Somam-se a ela o avanço dos atacarejos e o excesso de promoções nos demais formatos. Todos esses fatores conjugados geram retração no faturamento.
Se a categoria fosse pequena, o varejista até conseguiria minimizar o impacto desse recuo na margem de lucro. Mas estimativas indicam que, no autosserviço total, as vendas alcançam em torno de R$ 10 bilhões/ano. Como, então, recuperar a lucratividade nesse cenário? Justamente se valendo da imensa variedade da categoria.
Confira matéria complementar GC de biscoitos eleva vendas e margem em rede catarinense
Se, por um lado, ela conta com segmentos muito básicos, por outro, há produtos de maior valor agregado, cujas escolhas apelam menos ao racional de preço e mais a fatores emocionais, como a indulgência ou a busca por uma vida mais saudável. Essa tem sido a aposta dos fabricantes e de varejistas para elevar as vendas em valor e, principalmente, a rentabilidade. Saiba mais nesta reportagem.
01 Quais segmentos de maior valor agregado devem ser desenvolvidos?
Cobertos, wafers e cookies oferecem venda em reais/kg superiores à média, gerando um tíquete médio maior. É o que afirma Bárbara Rios Ribeiro, gerente nacional de gerenciamento por categoria e shopper da Nestlé Brasil . Segundo ela, o segmento de cookies, por exemplo, ainda é muito básico no Brasil e apresenta grandes oportunidades de inovação. “É possível trazer produtos diferenciados que já existem fora do País e têm forte apelo à indulgência. São biscoitos que deixam o papel de ‘encher a barriga’ e passam a ser uma opção mais gostosa para momentos especiais, como recompensa, ou um item mais saboroso para uma sobremesa”, explica.
25% fatia dos cobertos, wafers e cookies no faturamento
35% quanto deve alcançar nos próximos anos
02 Quais são as principais alavancas para elevar o faturamento da categoria?
Sortimento, execução e ativação são pontos importantes para aumentar o giro dos biscoitos de maior valor agregado. O resultado, além do aumento da receita gerada pela categoria, é um crescimento da margem de lucro. O mix correto deve contemplar os itens mais sofisticados, mas não pode ignorar os biscoitos que geram volume com alta rotatividade de estoque. Para saber quanto trabalhar de cada segmento e com quais marcas e versões, é preciso analisar dados do consumidor, para entender o comportamento, além das oportunidades que existem no mercado.
03 Como definir a melhor exposição no corredor?
Aqui, o fator-chave é implementar a árvore de decisão, uma vez que ela reflete os critérios de escolha do shopper. Para Bárbara, da Nestlé, a recomendação é priorizar espaço dos produtos de maior valor, contemplando inclusive os importados, cuja rentabilidade é bastante atrativa.
04 Quais iniciativas ajudam a ativar a categoria?
Segundo a Nestlé, além do espaço natural, é importante trabalhar pontos extras e ativações, inclusive nos tabloides. “Visibilidade é um fator crucial para o desenvolvimento desse segmento”, explica a gerente de gerenciamento por categorias da Nestlé.
Hábitos mudaram no pós-crise
De 2013 para cá, os shoppers da categoria mudaram sua forma de ir às lojas, de escolher os produtos e, até, de interagir com a gôndola. As conclusões são de uma pesquisa da Mondelez, que utilizou tecnologia para acompanhar especificamente a jornada dentro dos super e hipermercados, além de pesquisas quali e quantitativas. Confira os principais resultados:
Árvore de decisão
Os estudos identificaram que os critérios de compra agora se dividem em três grandes blocos, que, depois, se afunilam em fatores de decisão específicos:
01 PRODUTOS PARA SACIAR A FOME
incluem-se aqui basicamente os salgados, que normalmente são consumidos entre as refeições, substituindo, por exemplo, um lanche
02 PRODUTOS SAUDÁVEIS
é o único grupo que, após o afunilamento dos hábitos, conta com a marca como item mais importante no racional de compra, enquanto os demais têm esse atributo em penúltimo lugar. Isso significa que o shopper já está predisposto a pagar mais por um item diferenciado
03 VONTADE DE UM DOCINHO
o segmento concorre diretamente com chocolate e outros snacks doces. Inclui diversos tipos, como cookies, recheados doces, wafer
453 pessoas/hora passam pelas lojas. Em 2013, eram 750
5% das pessoas que entram num super/hiper veem a categoria; em 2013 eram 10%
60% dos que veem, compram. Percentual igual ao de 2013, porém com a base atual bem menor de pessoas
20% das pessoas que vão ao cash veem o corredor de biscoitos e 75% convertem a comp
Fonte: Estudo 5S da Mondelez
O QUE O VAREJO ESTÁ FAZENDO NA PRÁTICA
Entenda o papel e a importância dos biscoitos nos supermercados e como eles estão trabalhando
MUFFATO (PR)
Importância e papel
- Categoria de alta presença nos lares
- Faz parte da lista de compras (consumo rotineiro)
Itens de maior valor agregado
- Esse segmento, formado na rede pelos laminados básicos e salgados, cookies, importados e saudáveis, é o que mais cresce
Execução
- Os itens de maior valor contam com maior espaço de exposição. “Acreditamos que esse tipo de esforço contribui para o desenvolvimento de mercado” explica Adilson Corrêa, gerente comercial do Grupo Muffato
Ações práticas
- Fortalecimento das ações em lojas
- Divulgação de inovações que melhoram a percepção de qualidade do shopper
- Exposição estratégica
- Precificação certa para cada item
Resultados alcançados
- Crescimento médio de 15% nas vendas
- Alta de 2% a 3% na margem da categoria
Casa Avenida (SP)
- Categoria se recuperou em 2019 em relação a 2018. “Boa parte veio dos fornecedores, que lançaram cookies e novos sabores de recheados”, avalia João Antonio Binato Júnior, diretor comercial
- Cookies, rosquinhas e recheados com alta de 15% em 2018, enquanto itens mais básicos permaneceram estagnados
- Os itens acima têm prioridade. Ocupam cerca de 50% da gôndola
- Outro segmento importante, que também ganha destaque na exposição, é o de saudáveis
- Exposições mais lúdicas
- Iniciativas nas redes sociais
- Ações promocionais
- Abastecimento rápido nas gôndolas
- Produtos com preços visíveis
- Evolução de 10% nas vendas
- Aumento de 13% na lucratividade da categoria
Speciale (SC)
- Gera fluxo de consumidores e, se bem trabalhada, contribui para a rentabilidade
- Apresentam maior procura pelo consumidor. Já os itens mais básicos permanecem estáveis
- Para acelerar o giro, é importante que tenham maior participação na exposição. Mas o percentual varia em cada formato de loja e conforme as características de cada região
- “O mais importante é fazer o ‘bê-á-bá’ do varejo: negociar, promover tabloides e realizar uma boa exposição”, explica Alexandre Sandri, diretor-geral do Speciale
- Ele ressalta ainda que a área comercial deve estar alinhada com a equipe operacional
- Alta de 12,5% dos itens diferenciados em volume em 2019
- Crescimento de 4,8% na margem bruta
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