12/03/2025
Varejo alimentar mineiro investe cerca de R$ 1,2 bi em novas lojas ao longo de 2024
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 07/03/2025

Foto: Divulgação
No último ano, o varejo alimentar mineiro apresentou um avanço significativo em termos de expansão e modernização. Para se ter uma ideia, foram abertas 88 lojas, o que deve ter somado um investimento de cerca de R$ 1,21 bilhão, sem considerar aquisições, ampliações e reformas. O formato tradicional de supermercado teve maior número de aberturas, seguido do atacarejo.
Os dados pertencem a AMIS (Associação Mineira de Supermercados), e consideram somente as unidades de autosserviço com as seções tradicionais: açougue, hortifrúti e padaria. Isto é, não são contabilizados formatos como minilojas ou containers em condomínios, por exemplo. Nesse sentido, a projeção para este ano gira em torno de um aporte de R$ 1,26 com a inauguração de 80 novas lojas no estado.
Além disso, o faturamento bruto do setor no estado foi de R$ 124,71 bi, enquanto o consumo dos lares nos supermercados mineiros fechou 2024 com crescimento médio de 3,84%, em relação ao ano anterior – superior à projeção de aumento de 3%.
Já em dezembro, devido às festas de fim de ano, o consumo nas lojas teve expansão de 6,35% na comparação com o mesmo período de 2023. Contudo, quando comparado com o mês anterior o avanço foi somente de 15,17%, um percentual inferior à média de aumento acima de 20% registrada nos últimos anos.
Essas informações pertencem ao Índice de Consumo dos Lares Mineiros, realizado pela AMIS. Para Antônio Claret Nametala, presidente executivo da associação, o crescimento se deve, dentre outros fatores, à queda nas taxas de desemprego e à melhora dos rendimentos dos salários. “Além disso, temos os reflexos das políticas governamentais de incentivo ao consumo em âmbito nacional, estadual e municipal”, afirma Nametala.
Por outro lado, o presidente afirma que para atender a essa demanda, o setor precisou superar grandes dificuldades. “Foi um ano difícil com os custos de forma geral muito altos; a taxa de juros crescendo; o câmbio muito valorizado; dificuldade de contratar pessoal e, com incidência mais direta no comportamento da demanda, tivemos muita oscilação de preços, especialmente, motivado por fatores climáticos diversos por todo o Brasil”, aponta.
Sobre a queda no avanço entre novembro e dezembro, o executivo acredita que grande parte se deve ao adiantamento do consumo motivado pela Black Friday e promoções em comemoração do Dia Nacional do Supermercado. “A prova disso é que novembro, tradicionalmente, com resultados negativos ou próximos de zero, teve um desempenho bem melhor (3,54% sobre outubro)”, complementa Nametala.
Neste ano, um dos principais desafios que deverá seguir com os varejistas da região será compor o quadro de colaboradores, segundo Nametala. “O setor supermercadista é um grande gerador de empregos, um impulsionador do desenvolvimento econômico e social. No entanto, como vários outros segmentos empresariais, teve muita dificuldade de contratar pessoas em 2024, o que deve se repetir este ano”, prevê. “Mas vamos continuar investindo em atração de talentos, em treinamentos e desenvolvimento do colaborador, porque o setor tem a missão de atender bem a população e não podemos desviar esse foco”, conta.
Com a manutenção dos níveis de emprego e renda do consumidor projetados pelo mercado e órgãos oficiais para 2025, a expectativa do setor é positiva em relação a demanda das lojas. Sendo assim, a projeção da AMIS é de um crescimento real de 3,3% no consumo das famílias.
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