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Pesquisas da Gallup mostram que equipes engajadas podem gerar até 21% mais lucro. Para Jhonny Martins, vice-presidente do Serac, o desafio empresarial é alinhar esse conceito aos resultados financeiros.

“A pauta vai além do discurso motivacional. Não basta oferecer benefícios isolados, mas adotar práticas consistentes de liderança participativa, transparência e reconhecimento”, afirma.

Lupa no varejo alimentar

O tema também se relaciona a índices de rotatividade. Segundo o IBGE, o turnover supera 35% ao ano em alguns setores.

Apesar do setor empregar mais de 3 milhões de pessoas no Brasil, o varejo alimentar apresenta uma das maiores taxas de turnover do mercado: 58,2% em 2023, segundo levantamento da consultoria Future Tank.

A variação entre os estados é significativa. No Sudeste, por exemplo, as taxas são as seguintes: 37,9% no Rio de Janeiro, 52,8% em São Paulo, 68,1% em Minas Gerais e 70,1% no Espírito Santo.

Especialistas apontam fatores como jornadas extensas, alta competição entre redes e escassez de incentivos e benefícios como principais causas do problema.

Para reduzir impactos, uma das alternativas é investir em processos seletivos mais estratégicos, programas de carreira, treinamentos e ações voltadas ao clima organizacional. Outra alternativa são as contratações temporárias por meio de consultorias, que assumem a gestão do turnover, evitando impacto direto nos indicadores das empresas.

“Empresas que cuidam de seus times colhem resultados concretos: mais produtividade, melhor clima organizacional e, consequentemente, maior confiança de clientes e investidores. A felicidade corporativa não é só uma escolha humanizada, é uma decisão estratégica de negócios”, explica Carla Martins, também vice-presidente do Serac.

Práticas centrais

Os executivos citam três práticas como centrais: “Em primeiro lugar, liderança participativa, em que gestores ouvem e envolvem seus times para ampliar o senso de pertencimento. O reconhecimento frequente e verdadeiro para valorizar conquistas, mesmo que pequenas, eleva o engajamento e a confiança dos envolvidos. E, por fim, transparência e propósito claro sobre os objetivos e os valores da companhia para evitar conflitos internos e aumentar o alinhamento entre todos”.