19/11/2025
Top tendências que têm moldado o setor e vão impactar os próximos anos
POR Bárbara Fernandes
EM 06/11/2025

Foto: Adobe Stock
O desempenho do varejo alimentar até aqui em 2025 reforça que, mais do que acompanhar números de vendas, é preciso compreender as forças que orientam o consumo e impactam a relação entre indústria e varejo.
A construção de planos comerciais conjuntos passa, cada vez mais, por tendências que vão da busca por saudabilidade ao uso da inteligência artificial, transformando a forma como produtos chegam às gôndolas e como campanhas são planejadas.
A seguir, 7 tendências que têm impactado o setor e vão continuar nos próximos anos:
1. Saudabilidade
A busca por uma alimentação mais saudável segue como uma das principais forças que transformam o consumo. As pessoas demandam opções com menos sódio, açúcar e gordura, além de produtos funcionais e voltados ao bem-estar, como itens com alto teor de proteínas, probióticos e suplementos naturais.
Esse movimento pressiona a indústria a investir em reformulação de portfólio e inovação, ao mesmo tempo que exige do varejo atenção ao sortimento, à comunicação nas gôndolas e à adequação das promoções.
Nos planos comerciais conjuntos, incluir categorias de saudabilidade como foco estratégico pode ser decisivo para garantir avanço e margem em um mercado cada vez mais segmentado.
12,6% foi o crescimento em volume na venda de comidas e bebidas saudáveis, de
acordo com a Scanntech. Se fosse uma categoria única, essa cesta estaria entre as 10 mais vendidas no varejo alimentar.
27,8% é o percentual de avanço de proteicos no último ano, acima das demais categorias.
2. Canetas emagrecedoras
A crescente adesão ao Ozempic tem surtido efeitos no consumo. Um dos principais efeitos desse medicamento é a redução da fome, e um estudo feito pelo Cornell SC Johnson College of Business identificou uma queda significativa no consumo de diversas categorias entre famílias com usuários.
Confira o que a análise, feita com dados de 2022 até 2024, identificou (há margem de erro de 1% a 2%, dependendo da categoria):

R$3,7 bilhões é quanto esse mercado já movimenta no Brasil, segundo o Mordor Intelligence.
US$ 16,6 bilhões é quanto o mercado global do remédio deve alcançar até 2029.
3. IA
O avanço da inteligência artificial redefine a forma como varejo e indústria tomam decisões. Do lado do consumidor, algoritmos de recomendação e chatbots melhoram a experiência de compra e personalizam promoções.
No back office, a IA amplia a precisão na gestão de estoques, previsão de demanda e definição de preços dinâmicos. Já em planos comerciais conjuntos, o uso da IA possibilita criar campanhas segmentadas com base em padrões de consumo reais, reduzindo desperdícios e otimizando investimentos em trade marketing.
A tendência é de que a tecnologia deixe de ser apenas suporte operacional e se torne um pilar estratégico para o crescimento integrado.
4. Hiperpersonalização
Se antes a segmentação se limitava a grupos demográficos amplos, hoje o consumidor espera ofertas sob medida para seus hábitos e preferências. A hiperpersonalização, viabilizada por dados de compra, histórico de consumo
e integração omnichannel, permite que varejo e indústria criem ações conjuntas adaptadas a cada perfil de cliente.
Isso significa, por exemplo, desenvolver promoções exclusivas para quem compra regularmente determinado item ou trabalhar sortimento de versões regionais mais conectadas ao perfil local de consumo. Quanto mais ajustada for essa personalização, maior a fidelização e o retorno sobre os investimentos em campanhas.
6 a cada 10 decisões de compra online de produtos já são influenciadas pela hiperpersonalização e pela inteligência artificial, segundo o CX Trends 2025.
5. Retail Media
O crescimento do retail media abre novas frentes de monetização para o varejo e fortalece a indústria na comunicação com o shopper no momento da decisão de compra.
Supermercados, hipermercados e atacarejos transformam seus canais digitais e pontos físicos em espaços publicitários estratégicos, possibilitando campanhas com mensuração mais precisa do retorno.
Para planos comerciais conjuntos, o retail media representa um campo fértil de colaboração, já que permite direcionar ações integradas que vão além da gôndola, conectando o consumidor no ambiente online e offline com maior eficiência.
42,3% foi o crescimento do investimento em Retail Media no Brasil em 2024.
US$5,4 bilhões será o aporte até 2028. Essa estratégia deve alcançar mais do que o triplo do valor atual.
Fonte: eMarketer
6. Experiência no PDV
Mesmo com a digitalização crescente, a loja física continua sendo central na jornada de compra no canal alimentar. Nesse contexto, a experiência no ponto de venda ganha relevância, seja por meio de ambientações temáticas, ativações de degustação, soluções de autosserviço ou integração com aplicativos digitais.
Para a indústria, esse é um espaço privilegiado para ativar marcas e gerar experimentação; para o varejo, uma oportunidade de diferenciar-se da concorrência e ampliar o tíquete médio. Nos planos conjuntos, investir em formatos inovadores de PDV pode ser o diferencial entre uma ação promocional pontual e uma experiência que gera lealdade duradoura.
7. Sustentabilidade e ESG
Cada vez mais, consumidores e parceiros de negócio valorizam empresas que assumem compromissos ambientais, sociais e de governança. Isso se reflete tanto na escolha de marcas responsáveis quanto na exigência de transparência sobre origem, logística e impactos da cadeia.
No varejo alimentar, a pressão por reduzir desperdício, otimizar embalagens e adotar
energias limpas se conecta ao movimento da indústria em desenvolver produtos e práticas alinhadas a essa pauta.
Planos comerciais conjuntos que incorporam a sustentabilidade como eixo estratégico não apenas reforçam reputação, mas também criam vantagem competitiva diante de um consumidor mais consciente.
95% é a taxa de pessoas que priorizam produtos e serviços de empresas que adotam práticas sustentáveis.
64% é o índice dos que deixaram de consumir uma marca ou de frequentar um local por comportamento antiético.
Fonte: APAS
Notícias relacionadas
Oportunidades de CrescimentoPerfil multicultural e jovem ganha peso no consumo de pescados e altera sortimento das lojas
Há uma nova roda do poder no varejo alimentar?
Oportunidades de CrescimentoSupermercadistas aumentam espaço destinado à categoria que deve movimentar quase R$ 80 bi em 2025
Oportunidades de Crescimento







