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14/11/2025
Má gestão do dinheiro em espécie pode representar prejuízo de até R$ 7,5 bi para o varejo alimentar
POR Barbara Fernandes
EM 30/09/2025

Foto: Adobe Stock
Enquanto o varejo investe em inovação digital, promoções omnichannel e programas de fidelidade, a má gestão do dinheiro físico continua impactando o caixa das empresas. Estimativas apontam que redes varejistas no Brasil perdem bilhões de reais por ano devido a falhas, desvios e ineficiências ligadas ao numerário.
Segundo o Banco Mundial, 38% dos pagamentos no varejo brasileiro ainda são feitos em espécie. Em regiões periféricas e no interior, esse índice supera 60%.
Apesar da ascensão do PIX e de carteiras digitais, o dinheiro segue sendo uma realidade para milhares de lojas físicas. Dados do Banco Central mostram que, em março de 2025, o dinheiro em circulação somava R$ 349,2 bilhões, sendo R$ 340 bilhões em cédulas e R$ 8,4 bilhões em moedas.
A participação dos pagamentos digitais cresceu nos últimos anos, mas o papel-moeda permanece relevante. O Global Payments Report 2025, da WorldPay, indica que em 2014 dinheiro e cartões representavam 97% das compras em pontos de venda físicos, contra 3% de pagamentos digitais. Em 2024, a participação digital subiu para 38%. Para 2030, a projeção é que dinheiro e cartões ainda respondam por 47% das transações em PDVs.
Esse cenário exige gestão mais eficiente do numerário. “Não é o dinheiro em si que representa risco, mas a forma como ele é gerido. O varejo precisa tratar o numerário com a mesma inteligência e automação aplicada aos canais digitais”, afirma Hailton Santos, diretor comercial da Sesami, empresa especializada em soluções para gestão e segurança de valores.
Estudos internacionais apontam que o cash shrinkage — perdas ligadas ao manuseio e transporte de numerário — pode representar entre 0,3% e 0,7% do faturamento anual de uma rede. Em um varejista com faturamento de R$ 1 bilhão, isso significa até R$ 7 milhões em prejuízo.
Se considerarmos o setor como um todo, que faturou R$ 1.067 trilhão em 2024, o prejuízo é de aproximadamente R$ 7,5 bilhões
Os principais fatores incluem erros de contagem, falhas no fechamento de caixa, transporte inseguro de valores e tempo improdutivo gasto por colaboradores na gestão manual do dinheiro.
A automação tem ganhado espaço como resposta a esses desafios. Soluções como cofres inteligentes e recicladores permitem contabilizar, validar e rastrear depósitos de forma automática. Os equipamentos emitem relatórios detalhados, rejeitam cédulas falsas e reduzem a necessidade de intervenção manual. Segundo Santos, o custo para controlar o dinheiro pode consumir até 20% do valor em espécie movimentado, podendo chegar a 50% em alguns casos.
Uma alternativa é o ciclo fechado de gestão de numerário, no qual o cliente realiza o pagamento diretamente no dispositivo e recebe o troco automaticamente. O sistema protege os valores desde o recebimento até a retaguarda, reduzindo diferenças de caixa e riscos operacionais.
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Barbara Fernandes
Repórter








