Atacarejos devem continuar em ascensão nos próximos meses
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 22/08/2024
Foto: Divulgação
Nos últimos anos, um dos formatos que mais têm se consolidado no varejo alimentar são os atacarejos. Cada vez mais direcionado ao estilo de negócio B2C, temos observado uma expansão de unidades e consumo nessas lojas.
Para se ter uma ideia, dados do CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) demonstram que hoje o formato é responsável por 68% da receita operacional líquida do comércio atacadista.
A busca por economia e otimização das compras de itens variados em um único local são alguns dos fatores que mais impulsionam as compras nesses canais. Amílcar Pavan, especialista em marketing e sócio-fundador da rede Flex Atacarejo, que possui sete unidades distribuídas pelo interior paulista, conta a sua percepção do movimento.
“O consumidor está mais consciente e busca maneiras de fazer o dinheiro render. Assim, o atacarejo surge como uma solução para quem deseja comprar em maior quantidade e variedade de marcas tanto em produtos alimentícios quanto em itens de higiene e limpeza”, comenta.
Para Pavan, outro ponto importante que está ocorrendo é a implementação de serviços nos atacarejos, o que atrai tanto os pequenos comerciantes, como donos de bares e restaurantes, como os consumidores finais.
“Implementamos em nossa rede serviços como açougue, padaria e adega, com uma seleção de produtos importados, típicos em redes de varejo. Essa variedade do mix de produtos oferecidos facilita a vida do cliente, que antes precisava ir a três estabelecimentos diferentes e agora encontra tudo em apenas uma loja,” acrescenta o sócio-fundador.
Conforme informamos em julho, após um ano de desempenho fraco graças à deflação dos alimentos, os atacarejos estão retomando seu ritmo acelerado de crescimento nas vendas em valor.
Um levantamento da NielsenIQ indica que, até a segunda semana de junho, o modelo de cash & carry apresentou uma alta de 13% nas vendas em valor. Esse percentual supera os números alcançados pelos supermercados e demonstra uma velocidade de alta maior do que a dos hipermercados.
Com a expectativa de aceleração na inflação alimentar até o final do terceiro trimestre, especialistas acreditam que a alta nas vendas em valor desse modelo de negócio se manterá em alta.
O relatório ainda indica que essa retomada no crescimento dos atacarejos é incentivada pela percepção dos consumidores, que o consideram uma opção de compra mais econômica diante do aumento nos preços.