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18/10/2025
“Menos, mas melhor”: entenda o conceito que está revolucionando a dinâmica no sortimento e formatos do varejo alimentar
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 17/10/2025

Foto: Divulgação
Durante décadas, o hipermercado assegurou seu lugar entre um dos formatos preferidos dos consumidores. O fator mais atraente desses espaços sempre foi a alta variedade de mix e a promessa de reunir tudo em um só lugar. Mas esse estilo de operação vem perdendo força diante de transformações profundas no comportamento do shopper. Hoje, conveniência e proximidade superam a ideia de abundância, e poucos querem gastar tempo e energia percorrendo longas distâncias para abastecer a despensa.
Nesse sentido, ganham relevância os supermercados de bairro devido a agilidade na expansão e capacidade de resposta e adaptação. Porém, além dos formatos, as mudanças nos hábitos tem redefinido o conceito de conveniência e incentivado uma nova tendência, a do sortimento mais enxuto.
Com foco em variedade eficiente, esse conceito se apoia em uma curadoria reduzida de produtos, escolhidos de forma estratégica para atender às principais necessidades dos clientes. Se trata do famoso "menos, mas melhor". Contudo, não se engane, oferecer menos opções aqui não é sinônimo de escassez, e sim seleção inteligente. Exemplos que se destacam internacionalmente como Aldi, Lidl e Mercadona mostram que reduzir o portfólio pode aumentar a eficiência e a rentabilidade.
Com a inflação pressionando margens e consumidores mais atentos ao preço, o sortimento reduzido é também uma resposta econômica e pragmática. Além de reduzir os custos, ele simplifica processos. Para o consumidor, a experiência de compra torna-se mais direta e menos saturada, com a confiança de encontrar o essencial sem esforço.
Ao operar com menos itens, os varejistas negociam melhor com fornecedores, reduzem desperdícios, simplificam a logística e aumentam a produtividade das equipes. Trata-se de um modelo que privilegia o essencial e transforma cada m² de loja em um ativo de alta performance.
Não se trata do fim da abundância, mas de uma reorganização das prioridades. Formatos com sortimento extenso continuarão existindo, especialmente nos segmentos premium e de atacarejos e hipermercados, mas na disputa pelas compras do dia a dia, o sortimento enxuto sai na frente.
E como a indústria de bens e consumo fica com essa tendência? A mudança certamente impõe novos desafios. Em um cenário onde cada espaço de prateleira precisa justificar sua existência, lançar novos produtos se torna mais difícil. Por isso, mais do que nunca as marcas precisam provar, com dados e resultados, que agregam valor real ao consumidor e ao faturamento do varejista. A era das inovações superficiais dá lugar a uma estratégia seletiva, com menos lançamentos e mais relevância.
Fonte: Food Retail & Service
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