Pandemia impõe novos desafios e gestão humanizada é destaque entre gestores

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Reportagem SA+ -

Atenção com a saúde física e mental dos funcionários fez a diferença em 2021

Foto: istock

A pandemia impôs novos desafios para as empresas. O olhar humanizado, com atenção para a saúde e o bem-estar dos colaboradores, foram importantes para a retenção dos funcionários durante os dois anos de pandemia. Essas atitudes foram os principais diferenciais das 35 empresas vencedoras da 19ª edição da pesquisa “As melhores na gestão de pessoas”, realizado pelo Valor em parceria com a consultoria Mercer Brasil .

Essas empresas vencedoras estiveram mais próximas e souberam escutar as demandas individuais que surgiram quando o trabalho invadiu a casa das pessoas a partir de 2020. Companhias com gestores que também souberam recompensar e valorizar a força de trabalho, diante da sobrecarga e estresse a que muitos foram submetidos.

Considerando apenas as 35 vencedoras, em um total de 117 empresas avaliadas neste ano, a pesquisa indica que o índice de engajamento ficou em 94%, não apresentando variação significativa em relação às empresas que se destacaram em 2020, quando o índice ficou em 95%.

De acordo com o  líder de employee experience e engajamento na Mercer Brasil, Stéfani Guerrero, as empresas fizeram a lição de casa e garantiram o básico na gestão de pessoas. “Quando avaliamos os dados qualitativos das vencedoras de 2021, vemos que aspectos básicos fizeram a diferença: o chefe que se preocupa, que tem disponibilidade de escuta, que entende as inquietações das pessoas e age para ajudá-las”. Para 96% dos funcionários das empresas de destaque, a liderança imediata os trata com respeito e dignidade e para 90% versus 84% das demais, o gestor ouve suas ideias e opiniões.

A professora de comportamento e liderança do Insper, Tatiana Iwai, avalia que com a pandemias os gestores assumiram papéis muito maiores. O primeiro foi ser o ponto de contato direto entre os vários níveis organizacionais, em um contexto onde as pessoas ficaram mais isoladas e muitas em home office. O segundo, foi a comunicação - sendo o gestor o responsável por transmitir com frequência as novas diretrizes, protocolos e prioridades de entrega. O terceiro foi repactuar o modo de trabalho. “Dois anos atrás, no escritório, a gente tinha jornada de trabalho mais delimitada, em termos de tempo e espaço. Com a pandemia, a sensibilidade do gestor para repactuar como o time iria trabalhar foi fundamental para a equipe se organizar, para delimitar os limites de uma jornada que parecia não acabar nunca e gerenciar melhor a sobrecarga de demandas. Nem todos conseguiram fazer isso”.

A pesquisa mostra ainda uma diferença de seis pontos percentuais entre as vencedoras (90%) versus as demais (84%) quando os funcionários avaliam se conseguiram manter um equilíbrio razoável entre vida pessoal e profissional. Quando considerado a relação de lidar efetivamente com o estresse no trabalho, a diferença foi de 5 pontos percentuais (90% versus 85%, respectivamente). Bruno Andrade, professor da Saint Paul Escola de Negócios, especializado em liderança, avalia que as empresas brasileiras evoluíram na discussão sobre a saúde mental e bem-estar no trabalho nos últimos anos. “Há 10, 15 anos, elas focavam na saúde física, em academia, nutrição, ginástica laboral, ergonomia e programas de saúde, mas era um tabu falar de saúde mental ou até espiritual”, afirma.

Para Andrade, no pacote geral de saúde (emocional, física e financeira), é necessário investir em programas menos reativos. “Vemos muitas iniciativas no sentido de mitigar o burnout que já ocorreu. Dar uma semana off, um aplicativo para respirar cinco vezes por dia, em uma fase que não adianta mais. Até porque as pessoas geralmente não tiram esse dia off por estarem com muito trabalho”, afirma.

Todas as lições aprendidas durante quase dois anos de pandemia, como a necessidade de uma liderança mais próxima e atuante, passando por programa amplo de saúde até a valorização e reconhecimento financeiro do funcionário, serão colocadas à prova nos modelos híbridos que as empresas começam a testar a partir deste ano. “O trabalho híbrido é uma mudança cultural para organização, não é só escala de trabalho. O comportamento das pessoas vai mudar, a liderança vai lidar com diferentes formatos de como eu encaro as pessoas comigo fisicamente”, afirma o professor da Saint Paul.

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Fonte: Valor Econômico

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