Falar em legados da crise é algo difícil num momento em que se tem tantos problemas para resolver e tantas incertezas que surgem a cada dia. Mas, além de ser uma das principais dúvidas levantadas por SA Varejo com 40 donos e altos executivos do setor, uma coisa é certa. Independentemente das projeções econômicas, que podem se alterar de acordo com a escala direta de transmissão do novo Coronavírus no Brasil e no mundo, o que vem pela frente exigirá das empresas se tornar mais competitivas, enxergar oportunidades no mercado, ganhar eficiência e se reinventar. Existem também questões financeiras que poderão impactar o futuro, mas que serão tratadas em outras reportagens neste Portal. 

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Na China, por exemplo, as empresas já começam a desenhar o que farão. Em um estudo da Nielsen , Justin Sargent, presidente da Nielsen no país, explica que os hábitos dos consumidores mudaram e indústria e varejo estão olhando para o futuro a fim de transformar a crise em oportunidade.

Lá, pesquisa da consultoria com 10.000 varejistas identificou que:
- 67% declaram que aumentarão investimentos em canais e aplicativos online para os consumidores
- 53% dizem que ajustarão o mix de produtos com a inclusão de mais itens de saúde e segurança
- 43% afirmam que trabalharão nas suas cadeias de abastecimento

Embora de extrema importância, mudanças para atender os novos comportamentos de consumo não são o único desafio que o varejo encontrará no mundo e tampouco no Brasil. As empresas serão colocadas diante da necessidade de ampliar sua visão e adotar novas formas de gestão e cultura. 

Confira a seguir os desafios apontados pelas principais consultorias do País e do mundo:

- Para a PwC , por mais difícil que seja neste momento, é recomendado criar formas de pensar no longo prazo. Para isso, o ideal é liberar pessoas da pressão diária da crise para trabalhar especificamente nessa finalidade. A consultoria afirma que uma perspectiva de análise mais ampla faz com que a empresa saia mais forte e sustentável da crise. “Em nossa experiência, a janela de resposta a uma crise é geralmente medida em meses, enquanto a recuperação é medida em anos. Agora é o momento de executar cenários para criar um plano independente de crise adequado para seus negócios”, diz, num estudo disponível em seu site. 

- Estudo da Conquer , uma escola de negócios voltada à economia 4.0, concluiu que mais do que em outras ocasiões, essa crise aumentará a pressão de rever práticas obsoletas que engessam o desempenho das equipes e até o resultado da empresa

- Os acontecimentos até aqui têm indicado a importância de confiar nos colaboradores, dar autonomia a eles e alinhá-los ao propósito da companhia – algo que deve se acentuar mesmo após o fim da quarentena

- Pesquisa da Deloitte com empresas chinesas apontou que, para 46% delas, lidar com o estresse psicológico dos colaboradores era o principal desafio ligado à pandemia no país. Isso demonstra que desenvolver a inteligência emocional dos colaboradores é uma necessidade para que saibam lidar com momentos de estresse. Além disso, é uma forma de as empresas estimularem um pensamento mais criativo na equipe, o que ajuda na sua perenidade 

- Já a McKinsey indica a necessidade que virá de acelerar o desenvolvimento de novos serviços e produtos, ou adaptar os já existentes às necessidades que estão surgindo. Isso porque, no pós-epidemia, as preferências do consumidor deverão ter passado por uma grande transformação 

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