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20/02/2025
Conheça estratégias e visão de longo prazo de 4 grandes fornecedores do varejo
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 18/11/2022
Junto com os resultados trimestrais, os fornecedores que têm capital aberto costumam comentar em seus balanços e apresentações ao mercado financeiro as principais estratégias, conquistas e visões de longo prazo. O material pode ser interessante para o varejista entender um pouco mais sobre as principais indústrias com as quais trabalha. SA Varejo separou alguns destaques do terceiro trimestre de quatro companhias, compartilhados em seus relatórios e nas teleconferências com analistas dos principais bancos de investimentos. Confira a seguir.
JBS: Seara em um novo patamar
Foto: Divulgação
Como consequência de investimentos que vêm sendo realizados na Seara, a companhia estima um aumento de 20% na capacidade produtiva da sua unidade de negócios a partir de 2023/2024. “A tecnologia vai nos permitir a produção de itens únicos no Brasil, difíceis de serem replicados no mercado. Esse aporte altera a nossa forma de produzir e muda nosso portfólio de patamar”, afirmou Wesley Batista Filho, presidente global de operações da JBS em teleconferência de resultados realizada na semana passada.
“Quando a Seara foi adquirida as fábricas eram pequenas e pouco modernas. Hoje, elas são muito diferentes”, comentou o executivo. Ele explicou que os investimentos têm focado os itens de maior valor agregado e avaliou que, com isso, a marca ganhará ainda mais força e preferência do consumidor. Segundo o relatório de resultados da JBS, dados da Kantar apontam um ganho de 3 pontos percentuais na presença de Seara nos lares brasileiros e continuidade do avanço em recorrência de compra.
“Um ponto relevante sobre a Seara é que sempre pontuamos que não brigaríamos por market share, mas sim pela confiança do consumidor por meio de melhores produtos”, afirmou Gilberto Tomazoni, CEO global da companhia, também durante a teleconferência com analistas. “Agora, estamos colhendo os benefícios dessa estratégia, com aumento da percepção de valor de marca pelo consumidor e produtos premium em várias categorias.”
Para se ter uma ideia, no terceiro trimestre deste ano, as vendas da Seara no mercado interno cresceram 8,7% em relação ao mesmo período de 2021, alcançando R$ 5,4 bilhões. O principal destaque ficou com os alimentos preparados, cuja alta nos preços foi de 11%, enquanto os volumes permaneceram estáveis.
BRF: otimização no sortimento
Foto: Divulgação
A companhia divulgou em seu relatório de resultados do teceiro trimestre que realizou uma simplificação em seu portfólio. A medida focou a redução de itens de baixa representatividade a fim de melhorar a rentabilidade e otimizar estoques, mantendo a eficiência no atendimento. A BRF também procurou colocar no mercado inovações de maior valor agregado, como os voltados a churrasco e a celebrações em geral.
Alguns exemplos são a picanha e a pancetta suína, que reforçaram a linha Na Brasa, da Perdigão, além da linguiça frescal calabresa, hambúrguer suíno e novas gramaturas de fatiados de queijos. De acordo com a empresa, iniciativas como essas levaram as marcas Sadia e Perdigão a registrar nos meses de julho a setembro um aumento de 0,3 ponto percentual na preferência no setor de alimentos em comparação ao acumulado do mesmo período do ano anterior. Com isso, fechou o trimestre com 42,8%, segundo dados da pesquisa Kantar Insights/Tracking de Alimentos.
Em seu relatório, a BRF comentou ainda sobre os desafios do ambiente de consumo no Brasil, como a renda da população e o atual nível de inflação. Na avaliação da companhia, o auxílio emergencial se concentrou nas classes D e E, nas quais a presença de processados nos lares é menor. “No entanto, observamos melhoras sequenciais nos resultados do segmento por meio de ações direcionadas a garantir o adequado posicionamento de preço ao consumidor, aumentar o espaço de gôndola dos nossos produtos, aperfeiçoar a estratégia de exibição do portfólio nos pontos de venda, além de aumentar a distribuição numérica e o número de clientes ativos”, disse a indústria no documento.
M. Dias: crescimento no varejo alimentar
Foto: Divulgação
A fabricante de massas e biscoitos divulgou, como parte dos seus resultados nos meses de julho a setembro, o avanço no canal, considerado estratégico para construção e fortalecimento das suas marcas. O grupo de clientes formado por redes regionais/key accounts elevou sua participação nos negócios da M. Dias em 1,9 ponto percentual, alcançando 22,5% no teceiro trimestre deste ano sobre igual período de 2021. Já os atacarejos responderam por 24,3%, o que representou uma alta de 1,2 ponto percentual.
A companhia também apontou um crescimento dos itens de maior valor agregado da ordem de 109% no trimestre. O avanço foi puxado pelo portfólio da Latinex e da Jasmine, empresas adquiridas pela M. Dias que atuam no segmento de saudáveis. De forma geral, a receita líquida da empresa cresceu 36,6% de julho a setembro deste ano em relação a iguais meses de 2021. O preço médio aumentou 29,1%, contra uma alta em volume de 5,7%.
Investimentos em sell out também foram comentados pela fabricante. No período, 15 inovações chegaram às gôndolas, ampliando o mix de biscoitos e massas Vitarella no mercado interno. A empresa realizou ainda três campanhas de marketing: “Espalhe o Amor que Fortalece”, da marca Fortaleza; Campanha 360º focada na linha Grano Duro, da Adria; e a ação “Super Escorrego Treloso” para o Dia das Crianças.
Ambev: inovação no sortimento e digitalização na relação com o varejo
Foto: Divulgação
Outra grande empresa do segmento de bens de consumo no Brasil, a Ambev segue em seus pilares de crescimento, sendo a digitalização e as inovações dois que se destacam. Em seu relatório do terceiro trimestre, a companhia ressaltou ainda o crescimento de segmentos importantes do seu portfólio. “Considerando o período transcorrido do início do ano até 30 de setembro, desde 2018, o volume do core [produtos mais representativos da empresa] cresceu aproximadamente 5 milhões de hectolitros, o volume do core plus cresceu mais de 5 milhões de hectolitros, e nossas marcas premium cresceram cerca de 4 milhões de hectolitros”, apontou no documento.
No pilar da inovação, a Ambev divulgou que as novidades têm representado mais de 15% da receita líquida da empresa. No segmento “core plus”, o avanço foi liderado por Brahma Duplo Malte e Spaten, que representaram mais de 25% do crescimento em relação a 2018.
Quanto à digitalização, o papel do BEES tem sido um dos mais representativos. Conforme o relatório, a plataforma ajudou a melhorar o nível de atendimento aos clientes e tem “proporcionado uma maior variedade de produtos e serviços, melhor experiência do cliente, além de mais conveniência e flexibilidade em termos de logística. Desde 2018, aumentou em 64% o número de datas de entrega disponíveis para PDVs e foram abertos mais de 15 centros de distribuição urbanos.”
O BEES conta ainda com um marketplace que permite ao varejista comprar produtos de outras indústrias de alimentos e bebidas. Segundo a empresa, o número de clientes que adquire produtos nessa modalidade, da companhia e de outros fabricantes, cresceu 18% no trimestre em comparação aos três meses anteriores.
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