Foto: Divulgação

De olho no crescimento da categoria de salgadinhos, empresas como General Mills, dona da Yoki, M. Dias Branco e Pepsico, líder no setor, têm investido em novos produtos, com destaque para itens de alto valor agregado e com apelo saudável. De acordo com a consultoria Euromonitor, no ano passado a estimativa é de que o segmento tenha movimentado R$ 80 bilhões, um crescimento de 11% sobre o valor que o setor faturava há cinco anos. Para os próximos cinco anos, até 2026, a estimativa é de que as vendas cheguem a R$ 89,3 bilhões, um novo salto de 11,6%.

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A Yoki decidiu ampliar sua participação na categoria de pipocas prontas e lançou três sabores de pipocas salgadas prontas. A empresa é líder na versão in natura para microondas e detém 47,3% do mercado. De acordo com a empresa, ainda há muito espaço no Brasil para o crescimento do consumo de pipoca pronta, que já é mais consumidor do que a de microondas e a feita em panela em outros países. No EUA, por exemplo, o segmento de pipocas prontos movimenta US$ 3 bilhões, ou cerca de 10% do mercado de salgadinhos do país.

“O consumidor consome snacks tanto dentro do lar quanto fora. É um produto bem coringa. Com avanço da vacinação e a retomada das atividades, o mercado deve se aquecer mais”, diz a diretora de marketing da General Mills, Priscila Pizzano.

De acordo com a executiva, a aposta na pipoca pronta leva em consideração a percepção do consumidor de que é um “snack sem culpa”. O produto promete apenas 37 calorias por xícara. Como parte da estratégia, a empresa investiu R$ 12 milhões em uma nova fábrica em Pouso Alegre, que vai ampliar a produção em 30%.

A M.Dias Branco, tradicional fabricante de biscoito, também está na disputa por esse mercado. “Não queremos ser a M. Dias Branco dos biscoitos”, diz Fábio Melo, diretor de marketing. O plano é transformar a Latinex, empresa comprada em setembro do ano passado, em um “player importante”.

Entre os produtos da Latinex estão os da marca Fit Food, de snacks saudáveis, e as batatas chips Tyrrell’s, importada e com sabores sofisticados como a de trufa negra. “Tem valor agregado bastante importante, preço-médio alto e rentabilidade. É uma categoria de foco e crescimento expressivo.”

Produtos de maior valor agregado e com apelo de saudabilidade são duas tendências do mercado. "Vemos também a crescente relevância de produtos plant-based e veganos”, avalia Gregory Ribeiro, analista do setor de alimentos da Euromonitor.

Para Ribeiro, itens embalados em pacotes individuais e também categorias de consumo por impulso devem ter demanda crescente neste retorno à vida fora de casa. “São esperados lançamentos focando em formatos para esse consumo fora de casa.”

A PepsiCo, uma das líderes do segmento, que fez 16 lançamentos em 2021,  espera manter o ritmo este ano.“Hoje, vemos uma mudança de comportamento do consumidor, que está mais aberto ao consumo de snacks salgados. Isso representa uma excelente oportunidade para investir”, diz Cecília Dias, sua vice-presidente de marketing para snacks. Hoje, 55% da receita global da PepsiCo vem de alimentos, com os salgadinhos como carro-chefe. Até setembro o volume de vendas dessa categoria cresceu 3% na América Latina.

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