28/05/2025
Uso de IA gera oportunidades para o varejo alimentar
POR Melissa Lulio
EM 26/05/2025

A Inteligência Artificial Generativa ficará marcada na história, muito provavelmente, como uma das inovações mais revolucionárias dos nossos tempos. O lançamento do ChatGPT, há menos de três anos, provocou empresas e profissionais a saírem da zona de conforto: de repente, conhecer a IA Generativa e adaptar-se a ela era a única opção disponível.
Embora recursos de IA já fossem utilizados nos mais variados setores da economia, o fato é que a chegada da IA Generativa ampliou horizontes – ainda não é possível nem mesmo definir o quanto essa tecnologia permite realizar. Nesse cenário, para manter ou garantir vantagem competitiva, tornou-se essencial ampliar os investimentos na área. Esse movimento foi percebido no varejo, inclusive.
O uso de Inteligência Artificial na personalização de experiências, na gestão de supply chain e no engajamento do consumidor já é uma realidade no varejo. Ao mesmo tempo, a adoção da tecnologia com o intuito de ganhar eficiência e, por exemplo, reduzir o esforço aplicado em algumas tarefas humanas está em ascensão. Essa é a percepção do Mastercard Economics Institute.
O destaque, entretanto, está no comportamento do consumidor: eles já aproveitam a IA para descobrir, avaliar e adquirir produtos e, é claro, passam a ter cada vez mais expectativas em relação às experiências que vivem ao adotar essa tecnologia.
IA no varejo alimentar
A partir de uma análise de dados agregados e anonimizados de transações da Mastercard, pode-se identificar duas tendências que correlacionam o consumo em supermercados e a adoção de IA pelas empresas.
1. A crescente popularidade das compras de supermercado online
Embora as oportunidades de uso da Inteligência Artificial ultrapassem as fronteiras digitais, é fato que, no ambiente online, os benefícios podem ser percebidos com mais facilidade. Por isso, o aumento do consumo em supermercados online representa uma oportunidade: a partir da criação de experiências aprimoradas por IA, essa tendência pode se consolidar e a penetração dos e-commerces de varejo alimentar pode crescer.
Apesar de a análise do Mastercard Economics Institute ter dados dos EUA como base, é válido que o varejo brasileiro tenha a análise como inspiração. Afinal, de acordo com dados da NielsenIQ, 60% dos brasileiros compram alimentos online. Embora esse movimento tenha ganhado tração durante a pandemia de COVID-19, pode-se dizer, atualmente, que esse já é um comportamento consolidado.
2. IA impulsiona fidelidade e compra recorrente
Players do varejo alimentar que adotam IA tiveram um crescimento maior do que supermercados online tradicionais, de acordo com a Mastercard. Essa tendência também ganhou destaque durante a pandemia, mas se consolidou devido às possibilidades de personalização geradas pela IA.
O varejo alimentar nacional pode se inspirar também nessa tendência. Como mostra o estudo CX Trends 2024, realizado pela Octadesk em parceria com o Opinion Box, 65% dos consumidores levam a personalização da experiência em consideração ao decidir por uma compra. Além disso, 77% dos entrevistados afirmaram terem feito compras online, em sites de lojas ou por plataformas sociais no último ano.
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