18/11/2025
Varejo projeta avanço moderado no trimestre e setor de supermercados deve crescer até janeiro
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 18/11/2025

Foto: Adobe Stock
As projeções do IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas do Instituto para Desenvolvimento do Varejo) apontam que o setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo deve registrar altas de 7,5% em novembro, 3,0% em dezembro e 2,5% em janeiro de 2026, sempre em relação aos mesmos meses do ano anterior.
O movimento ocorre após um desempenho abaixo do previsto em outubro, quando o indicador registrou elevação de 1,1% frente ao mesmo período de 2024.
No atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, o IAV-IDV também projeta aceleração no fim do ano, com estimativa de 4,8% em novembro, 3,1% em dezembro e 3,5% em janeiro. Em outubro, o setor avançou 2,8% na comparação anual, igualmente abaixo do esperado no mês anterior.
O levantamento mostra que, em outubro, quase todos os segmentos do varejo apresentaram alta, com exceção de material de construção e móveis e eletrodomésticos.
Varejo total: projeções e resultado de outubro
No varejo como um todo, o IAV-IDV nominal prevê crescimento de 5,0% em novembro, 3,2% em dezembro e 2,3% em janeiro de 2026. Em outubro, houve alta nominal de 2,3%.
Quando ajustados pelo IPCA, os resultados mostram perda de ritmo: o índice projeta alta de 0,5% em novembro, seguida de queda de 1,3% em dezembro e recuo de 2,5% em janeiro.
Em outubro, o varejo registrou queda real de 2,4% em relação ao mesmo mês de 2024.
“O resultado de outubro foi influenciado pela intenção de consumo das famílias, que caiu 0,5%, a terceira queda seguida. Segundo Pesquisa da Neotrust CONFI, o e-commerce brasileiro atingiu um faturamento de R$ 8,43 bilhões em função do Dia das Crianças, um crescimento nominal de 25% em relação ao mesmo período de 2024”, afirmou o presidente do IDV, Jorge Gonçalves Filho.
Inflação, juros e impacto no consumo
O IDV observa que o cenário para os meses seguintes continua exigindo atenção, devido ao comportamento da inflação e dos juros. “A expectativa é que o IPCA feche 2025 com alta de 4,55%, acima do teto da meta de 4,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Essa inflação mais alta pode afetar diretamente o bolso das famílias, reduzindo o poder de compra”, destacou o executivo.
A taxa básica de juros permanece em patamar elevado. “Por mais que as explicações técnicas queiram justificar este patamar da Selic, que leva os juros reais a, aproximadamente, 10%, há o risco de gerar uma profunda retração no varejo, em especial para os médios e pequenos varejistas. O patamar elevado de juros encarece o crédito para famílias e empresas, dificultando a expansão do consumo e dos investimentos privados. Esse ambiente econômico pode influenciar o desempenho do varejo”, avaliou.
As projeções compiladas pelo IAV-IDV se baseiam nos dados informados pelos associados sobre suas expectativas de faturamento para os três meses seguintes. O conjunto de empresas que compõe o índice representa cerca de 20% das vendas do varejo brasileiro.
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