06/10/2025
Varejistas comunicam procedência segura de bebidas alcoólicas vendidas em suas lojas
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 06/10/2025

Adobe Stock
O crescente impacto das intoxicações por metanol em bebidas alcoólicas nas últimas semanas tem feito diversas empresas do varejo alimentar divulgarem comunicados informando a procedência segura dos produtos vendidos em suas lojas.
No último final de semana, as varejistas GPA, Savegnago, Grupo Vanguarda, Muffato e Koch postaram mensagens em suas redes sociais explicando aos clientes que só compram bebidas alcoólicas de fornecedores seguros e homologados. O catarinense Grupo Koch também reforçou a mensagem nas mídias do seu CEO, José Koch.
Comunicação
Falar diretamente com o consumidor é essencial em momentos como o atual. Além das redes sociais, outros canais podem complementar a estratégia. É possível, por exemplo, utilizar cartazes e panfletos nas lojas e QR Codes associados à rastreabilidade fornecendo maior detalhamento sobre a procedência das bebidas.
Treinar o time para esclarecer dúvidas e se posicionar diante de comentários dos consumidores também é fundamental. Outra possibilidade é utilizar os Apps do programa de fidelidade e o site da empresa para criar um conteúdo com respostas às perguntas mais frequentes dos clientes. Nesse sentido, entidades de classe e fornecedores podem ajudar.
Cuidados para hoje e sempre
Tomar medidas para evitar a compra de produtos falsificados e/ou adulterados beneficia o negócio e a imagem da empresa não apenas num cenário de crise, mas ao longo do tempo. Afinal, recuperar reputação é muito mais trabalhoso e caro do que construir do zero.
Alguns cuidados que precisam ser tomados, especialmente se a sua empresa ainda trabalha com compras descentralizadas:
- Sempre ser rigoroso com a compra e com a origem do produto
- Adquira os produtos apenas de fornecedores “oficiais” e credenciados
Nunca compre de vendedores informais ou com preços “suspeitos” (extremamente vantajosos)
- Monte um cadastro e o mantenha atualizado com todos os fornecedores, incluindo dados fiscais e contatos, para pronta rastreabilidade caso necessário
No momento do recebimento das bebidas:
- Implemente um processo de recebimento de mercadoria que contemple o cruzamento de dados do pedido com informações sobre rótulo/lote da bebida e a nota fiscal eletrônica
- Avalie se há sinais visuais de adulteração, como lacres, tampas ou selos (como IPI) violados, tortos ou com sinais de que foram colados (é preciso treinar a equipe nesse sentido)
- Fique atento também a rótulos desalinhados ou com erros de ortografia e à qualidade do vidro utilizado em garrafas das bebidas
O alcance da falsificação
De acordo com a ABBD (Associação Brasileira de Bebidas Destiladas), a comercialização de produtos falsificados fez com que o Brasil deixasse de arrecadar R$ 28 bilhões em impostos em 2024. O preço dessas mercadorias é cerca de 35% inferior, em média, podendo chegar a 48%.
Confira a representatividade de produtos ilícitos por categoria, segundo a entidade:
- Uísque: 33% do mercado
- Vodca: 27% do mercado
- Cachaça: 18% do mercado
- Gin: 15% do mercado
Comunicado oficial
Fornecedores têm procurado clientes para garantir a segurança de seus produtos, como é o caso da Baly Brasil. A indústria ressalta que sua linha de destilados Intencion em lata é uma resposta à preocupação do consumidor com esse aspecto, além de ser uma tendência. A empresa ainda afirma: “Um produto impossível de adulterar, que transforma o medo em confiança para o momento e estabelece um novo padrão para a categoria. Mais do que vender bebida, a Baly entrega tranquilidade e apoio para nossos parceiros para este momento delicado. Esse é o verdadeiro diferencial competitivo. O selo Baly nao é apenas uma marca, é um compromisso com nossos clientes.”
Já a comunicação com a imprensa tem sido feita sobretudo por meio da ABBD, que tem reforçado as iniciativas que estão sendo tomadas. Entre elas, estão treinamentos que visam capacitar os profissionais [de bares e restaurantes: os diretamente impactados até o momento] a identificar características dos produtos originais, diferenciando-os assim dos falsificados.
A entidade enfatiza ainda a importância de comprar bebidas de canais oficiais, bem como o descarte correto dos vasilhames vazios. Operações policiais identificam que as falsificações ocorrem utilizando garrafas originais reutilizadas.
Confira a seguir íntegra de comunidade da ABBD:
“A Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) lamenta profundamente os recentes episódios envolvendo bebidas alcoólicas falsificadas e/ou adulteradas, que resultaram em consequências irreparáveis. Expressamos nossa solidariedade aos consumidores e famílias afetados.
É fundamental distinguir o setor produtivo formal — que segue rigorosos padrões de qualidade, segurança e conformidade regulatória — do mercado ilegal. O avanço do mercado ilegal de bebidas alcoólicas no Brasil representa uma ameaça grave à saúde pública, fragiliza a arrecadação tributária e alimenta a cadeia do crime organizado.
Estudo recente da Euromonitor, encomendado pela ABBD, aponta que o país registrou um crescimento expressivo nas falsificações em 2024. O mercado ilícito fez com que o Brasil deixasse de arrecadar R$ 28 bilhões em impostos no ano passado — recursos que poderiam ser destinados a políticas públicas essenciais, como saúde e segurança.
Um produto ilegal é vendido, em média, 35% mais barato do que o original e a diferença podendo chegar a até 48%, resultado da alta carga tributária do setor e da impunidade, que estão entre os principais fatores que estimulam o comércio ilícito.
A ABBD segue atuando de forma propositiva, colaborando com autoridades e instituições parceiras para proteger a sociedade, valorizar o setor produtivo formal e garantir um ambiente de negócios mais seguro e competitivo.”
Notícias relacionadas

Cervejas sem álcool apresentam aumento de 200% nas vendas no Brasil

Quais estratégias de Trade Marketing adotar no Outono, segundo a HEINEKEN

Campanha de Dia do Consumidor da Wine inclui oferta de vinhos por R$ 1
