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05/05/2025
"Não acredito em varejista teórico": fundador do Grupo Mateus conta a visão prática que impulsionou a empresa para o topo
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 05/05/2025

Foto: Divulgação
O processo de decisão para qual será a bandeira instalada em uma nova localização exige do Grupo Mateus um processo de pesquisa amplo que envolve fatores desde o tamanho da população até os hábitos dos consumidores daquela região. No caso de cidades pequenas, por exemplo, é preciso verificar se ela não é um polo para os municípios no entorno. Já no caso das capitais, às vezes pode ser rentável abrir uma unidade de vizinhança perto de um atacarejo, pois há um público que dá preferência para este formato “mais prático”.
“Mas no final, o que importa é que o varejista tenha umbigo colado no balcão, sentindo e ouvindo os processos. Não acredito em varejista teórico, ele tem que estar o tempo inteiro sentindo”, complementou Ilson Mateus, fundador do Grupo Mateus, durante o Leader Talks Varejo do Itaú BBA.
Com 168 lojas de varejo e atacarejo distribuídas pelo país até o final de 2024, e um faturamento anual acima dos R$ 36 bilhões, o Grupo Mateus é hoje o terceiro maior varejista alimentar do Brasil. Ilson relembra a trajetória que trouxe a empresa até esse marco. Segundo ele, tudo se iniciou com a venda de refrigerantes em uma caminhonete, que na época era seu único patrimônio. Em 1986 abriu seu primeiro armazém e até 2.000 possuía somente uma loja.
Enquanto outras empresas do setor focaram seus planos de expansão nas regiões Sul e Sudeste, o Grupo viu no Nordeste e Norte uma oportunidade de crescimento.
“Desde o início carregamos a preocupação de que se não tivermos volume e massa crítica, vai chegar um concorrente e acabar conosco. Precisamos ocupar os espaços, todas as oportunidades que temos de crescer aproveitamos.”
Desde sua entrada no cenário altamente competitivo dos atacarejos, a empresa já oferecia algumas lojas com serviços que hoje estão sendo instalados pelos concorrentes como padaria e açougue. Isso porque a empresa sempre teve a visão de que esse formato atendia uma parcela diversa de consumidores. “O atacarejo precisa trazer serviços e produtos para cada segmento, dos públicos AB ao CD, além do mercado transformador e pequenos varejistas”, explica Ilson.
Sobre a abertura de capital, o fundador contou que, em um primeiro momento, a intenção era “não tomar dívida”, e com o passar do tempo a abertura trouxe um aprendizado muito grande. “Começamos uma corrida para executar os planos que tínhamos prometido aos nossos acionistas, também começou a cobrança do mercado em cima de estruturas, governança e sabíamos que tínhamos que fazer, mas também nos preocupamos com a parte operacional. Nossos acionistas nos ensinaram muito.”
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