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Com a evolução do comportamento de consumo, os supermercados premium e os atacarejos estão dominando as preferências dos consumidores. De um lado, a busca por experiências de compras sofisticadas e produtos exclusivos impulsionando o crescimento das lojas premium; além disso, o foco em economia faz com que os atacarejos ganhem cada vez mais força.

Essas tendências não apenas coexistem, mas também mostram uma dualidade interessante no mercado varejista: enquanto muitos clientes buscam indulgências e produtos diferenciados em supermercados de alto padrão, como vinhos selecionados e alimentos gourmet, optam por economizar em categorias básicas ao frequentar atacarejos.

A prática de combinar compras em ambos os formatos tem se tornado comum, refletindo o desejo de equilibrar custo e qualidade.

A ascensão dos supermercados premium

O apelo dos supermercados premium está diretamente relacionado à experiência de compra. Consumidores que buscam um ambiente diferenciado, com atendimento especializado e produtos de alta qualidade, tendem a optar por redes que oferecem uma curadoria exclusiva de itens. Produtos gourmet, orgânicos e de origem controlada são alguns dos grandes atrativos que sustentam o crescimento desse segmento, mesmo em um cenário econômico desafiador. Redes como St. Marche, Casa Santa Luzia e Quitanda são exemplos de como a experiência pode se sobrepor ao fator preço para determinados perfis de público.

O poder do atacarejo no bolso do consumidor

Por outro lado, o crescimento dos atacarejos, como o Assaí e o Atacadão, reflete a busca por economia em larga escala. Em tempos de inflação e maior pressão sobre o orçamento, o consumidor valoriza a possibilidade de adquirir produtos em maior quantidade por preços menores. Esses estabelecimentos tornaram-se uma opção estratégica tanto para pequenos empreendedores quanto para consumidores finais que buscam abastecer suas casas de forma mais econômica.

A convergência desses dois modelos de negócios, aparentemente opostos, revela um comportamento de compra dinâmico: o consumidor que quer economizar em produtos básicos, mas está disposto a pagar mais por indulgências ou por uma experiência de compra premium. Com isso, as marcas de preço médio enfrentam um desafio cada vez maior, pressionado por esses dois extremos.

Competição no mercado

A pressão sobre as marcas de preço médio, que historicamente dominavam o mercado, está forçando uma reavaliação de estratégias. Tanto o setor premium quanto o atacarejo capturam a lealdade do consumidor de maneiras distintas, e as marcas precisam se adaptar para não perder relevância. O cenário exige que as empresas compreendam profundamente as novas demandas e expectativas dos consumidores para ajustar sua oferta e experiência de compra.

Para o futuro, o varejo precisará estar pronto para um público que é cada vez mais exigente e seletivo, disposto a gastar mais por produtos de valor agregado, enquanto busca eficiência e custo-benefício nas compras de maior volume. A chave para se manter competitivo estará na capacidade de oferecer uma proposta clara de valor, seja através de experiências premium ou de soluções acessíveis e práticas.