Pesquisa indica que penetração de atacarejos é maior entre as classes A e B
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 13/09/2024
Foto: Adobe Stock
No acumulado de um ano até março, as classes altas frequentaram mais os atacarejos do que as de menor renda. Para se ter uma ideia, dentre os consumidores C, D e E o percentual de penetração foi de 63%, enquanto entre as classes A e B foi acima dos 75%.
Para efeito de comparação, a média nacional de penetração do formato foi de 75,1% – um aumento de 4,5 p.p. em relação ao acumulado até março de 2023 e de quase 10 p.p. em relação a de 2022.
Dentre os fatores que incentivam esse movimento está a expansão. Nos últimos anos, lojas de cash & carry se tornaram foco de muitos varejistas e cada vez mais as aberturas ocorrem em bairros e centros urbanos, se aproximando mais dos consumidores finais. Há também o fator de preço, uma vez que os atacarejos têm um preço em média até 15% mais baixo do que os supermercados. Esse menor desembolso em relação ao volume comprado acaba atraindo as classes mais altas.
Os dados pertencem a um levantamento “Tropicalizar para Crescer” da NielsenIQ, e demonstram como a ideia de que o maior público que frequenta o formato é de baixa renda não é mais uma realidade. Por consequência, a pesquisa indica um potencial para os atacarejos ganharem ainda mais mercado entre as classes C, D e E.
Apesar de menor, as classes C, D e E registram um aumento de 6,4 p.p. na frequência em relação a 2023, e de 12 p.p. em relação a 2022.
O estudo ainda aborda dados conjuntos de alguns países da América Latina (Brasil, México, Peru, Colômbia, Chile e Venezuela) que indicam que 14% dos gastos das classes de baixa renda são alocados em marcas de alto valor, e 61% de médio valor.
Isso alerta para o potencial de explorar um mix de marcas mais caras em empresas destinadas às classes C, D e E. Segundo analistas da pesquisa, o consumo desses itens por essa população é incentivado pela menor chance de erro. Devido à baixa renda, esses consumidores não querem correr o risco de adquirir um item e se arrepender, perdendo o investimento feito na compra.
Para seguir essa tendência, uma estratégia que pode ser adotada pela indústria é produzir linhas com menor volume, o que, consequentemente, faz com que o produto seja ofertado por um preço reduzido.
Fonte: Valor Econômico