12/11/2025
O próximo passo da inteligência artificial no varejo: eficiência com reconfiguração total dos processos
POR Gabrielly Mendes
EM 30/10/2025

Foto: Adobe Stock
A inteligência artificial deixou de ser uma aposta distante no setor e se tornou uma ferramenta concreta de gestão, automação e geração de valor. Redes estão usando a tecnologia para transformar a operação por dentro: da previsão de demanda ao controle de perdas; e da precificação à jornada do consumidor.
Os impactos já aparecem no GPA, Grupo Pereira e Assaí. Automatização de tarefas, maior eficiência logística, reestruturação do atendimento e decisões comerciais mais rápidas são alguns resultados. “A IA se mostrou uma alavanca real de valor para o negócio”, afirma Emerson Facunte, diretor de Tecnologia, IA e Inovação do GPA.
O setor que já aprendeu e agora implementa
O uso da IA no varejo alimentar vive uma fase de maturidade crescente. Segundo Edson Kawabata, sócio-diretor da Peers Consulting & Technology, o setor possui desde empresas que ainda não deram os primeiros passos até redes com aplicações de vanguarda. Ele destaca que a alta frequência de compras e a qualidade dos dados transacionais facilitam o desenvolvimento de soluções com elevado grau de personalização e previsibilidade.
Para Kenneth Corrêa, professor da FGV, a fase de testes já ficou para trás. “O varejo alimentar está em uma etapa de experimentação avançada e implementação setorial. As empresas que lideram essa transformação não estão apenas testando, mas usando a IA como alavanca estratégica para eficiência e fidelização”, afirma.
Levantamento da Bain&Company confirma que a Inteligência Artificial melhora a operação em várias frentes e contribui para a tomada de decisão estratégica do varejo. Confira algumas conclusões do estudo:
20% ou até mais de ganhos
em eficiência registrados por varejistas*
15% em aumento médio
na produtividade em 8 funções principais
9% em alta nos resultados registrada no mesmo estudo da consultoria. Apesar disso, a IA generativa ainda é subaproveitada
Áreas com maior potencial de aumento na eficiência são: centrais de atendimento, setor administrativo e operações financeiras.
*Esses números são alcançados a partir da redução de tarefas repetitivas e do redesenho de processo a partir do zero.
Exemplo prático
A área de compras de uma das redes analisadas na pesquisa da Bain reduziu o tempo para avaliar uma proposta de fornecedor de 45 para 15 minutos com o uso de IA. O envio de feedbacks personalizados, antes feito manualmente, agora leva um terço do tempo.
Somadas a melhorias, como a precificação dinâmica e a gestão automatizada de estoques, essas mudanças podem gerar impacto direto de 1 a 2 pontos percentuais nos custos com mercadorias vendidas.
Futuro da IA no varejo
De acordo com a Bain&Company, para que os ganhos se consolidem, as empresas precisam adotar uma abordagem estruturada. Isso inclui desenhar processos a partir do zero, estabelecer boas práticas de governança de dados, integrar áreas e capacitar equipes.
A transformação tecnológica também exige uma liderança disposta a reavaliar modelos de negócio de maneira ambiciosa. “Vale se perguntar: essa atividade poderia ser feita com até 50% menos custo, com igual ou melhor resultado? É possível economizar e, ao mesmo tempo, ser mais eficaz?”, diz o relatório.
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Gabrielly Mendes
Repórter








