Foto: Adobe Stock

 

Que a evasão de funcionários é um dos maiores desafios enfrentados pelo varejo alimentar todos já sabem. Mas é importante também entender o papel da liderança para diminuir essas taxas e garantir que os colaboradores se sintam satisfeitos e tenham perspectivas de crescimento. Lideranças autoritárias e unilaterais já não têm mais espaço em ambientes que valorizam a colaboração e a liberdade de expressão. Em seu lugar, ganha força uma abordagem mais humanizada e conectada. 

 

Uma pesquisa do Talenses Group, realizada em 2024, revelou que 90% dos entrevistados já conviveram com líderes tóxicos. “Somam-se a isso práticas que, muitas vezes, não começam de forma explícita, mas se desenvolvem silenciosamente ao longo do tempo: os assédios no ambiente de trabalho”, conta Patricia Ansarah, psicóloga organizacional que atua há mais de 20 anos em RH.

Dados recentes da Justiça do Trabalho mostram que, entre 2020 e 2023, o número de processos julgados por assédio sexual cresceu 44,8%, enquanto os casos de assédio moral tiveram aumento de 5%.

Segundo Patrícia, para romper com modelos de liderança autoritários é preciso orientar com clareza, distribuir responsabilidades com equidade, construir vínculos de confiança e praticar a escuta ativa. “Mais do que comandar, inspiram colaboração e criam ambientes em que as pessoas se sentem respeitadas, valorizadas e verdadeiramente ouvidas”, complementa.

 

Em síntese esses são os quatro aspectos essenciais para promover uma liderança humanizada e um ambiente de segurança psicológica nas organizações:

 

Incentivo à liberdade de expressão - ambientes seguros valorizam opiniões, erros e contribuições sem medo.

 

Rompimento com o autoritarismo - liderar é ouvir, orientar e construir confiança, não controlar.

 

Cuidar da saúde mental e social – é preciso respeitar limites e promover equilíbrio entre vida e trabalho.

 

Estímulo a uma cultura não punitiva - erros são parte do aprendizado

 

A psicóloga também enfatiza que uma liderança eficaz exige mais do que estratégia e pensamento crítico, requer comunicação clara e relações baseadas na confiança. “Feedbacks bem conduzidos são essenciais para impulsionar o desenvolvimento das equipes, mas é preciso ir além, uma vez que liderar com humanidade significa estar junto da equipe, não acima dela”, explica.

“Quando os profissionais não se sentem em constante estado de ‘sobrevivência', mas reconhecidos como parte essencial do time, há espaço para que a criatividade floresça”, finaliza Patrícia.