Foto: Adobe Stock

O burnout, classificado pela Organização Mundial da Saúde como um fenômeno ocupacional decorrente do estresse crônico não gerenciado, já é um desafio crescente no Brasil. Em 2023, o INSS registrou 288.865 benefícios por incapacidade relacionados a transtornos mentais e comportamentais, número 38% maior que o do ano anterior. No setor de varejo alimentar, onde a pressão por resultados e metas agressivas é constante, o impacto pode ser ainda mais forte se a saúde mental não for tratada como estratégia contínua de gestão.

 

De acordo com a psicóloga Alessandra Kinjo, da Vetor Editora, prevenir o burnout exige mudanças estruturais e não apenas ações pontuais. Ela aponta 5 estratégias fundamentais que podem ser aplicadas nas empresas.

 

Uma das principais medidas é capacitar líderes como agentes de prevenção. Ao identificar sinais precoces de estresse, promover diálogos empáticos e agir de forma preventiva, gestores podem reduzir a sobrecarga emocional e evitar que a pressão se multiplique em efeito cascata sobre as equipes.

 

Outra ação necessária é oferecer apoio especializado e acessível. Programas de assistência ao colaborador, atendimentos psicológicos e workshops baseados em evidências científicas ajudam a tratar a saúde mental como parte da saúde ocupacional, além de reduzir estigmas e facilitar o acesso aos cuidados.

 

Equilibrar vida profissional e pessoal de forma concreta também é essencial. Isso passa por políticas de desconexão fora do expediente, maior flexibilidade de jornada e incentivo a pausas efetivas, permitindo que os colaboradores tenham tempo real de recuperação.

 

Redesenhar o trabalho e reduzir a sobrecarga é mais um passo importante. Mapear cargas de forma clara, priorizar entregas estratégicas e adotar modelos de gestão que considerem a sustentabilidade do desempenho a longo prazo ajudam a evitar a exaustão.

 

Por fim, a utilização de ferramentas validadas cientificamente é indispensável para diagnosticar e acompanhar a saúde mental das equipes. Métodos confiáveis oferecem às empresas dados estruturados sobre o bem-estar dos colaboradores e apoiam decisões estratégicas, além de contribuírem para o cumprimento da NR-1 e para a prevenção de riscos psicossociais.

“Quando a empresa coloca saúde mental no centro da gestão, cria um ambiente mais humano e sustentável. Isso não apenas reduz afastamentos e custos, mas fortalece o engajamento, a inovação e a confiança entre colaboradores e liderança”, reforça Alessandra.