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O Tribunal de Justiça de São Paulo homologou o plano de recuperação extrajudicial do Grupo St Marche, encerrando o processo iniciado em abril. A decisão, de 10 de outubro, marca o fim da renegociação de uma dívida estimada em R$ 528 milhões.

Durante o processo, o grupo recebeu R$ 90 milhões em aportes do fundo L Catterton e do BTG Pactual, recursos que permitiram regularizar pagamentos a fornecedores e recompor estoques.

O prazo de cerca de seis meses entre o protocolo e a homologação é considerado curto em comparação com a média de 12 a 18 meses de casos semelhantes. O andamento mais rápido foi possível pela adesão dos credores ao plano, requisito essencial para aprovação judicial.

Mesmo durante o período de reestruturação, a empresa manteve investimentos. Foram abertas 200 vagas de trabalho nas áreas de atendimento e produção, e a linha de marca própria ganhou 200 novos itens ao longo de 2025.

Os indicadores também apontam melhora no abastecimento. De acordo com a Neogrid, o índice médio de ruptura nacional foi de 13,1% em agosto, enquanto as lojas St Marche registraram 10%, abaixo da média do setor.

Presente há 23 anos no mercado paulista, o grupo atua no segmento de supermercados de bairro, voltado ao público de alta renda. A homologação encerra formalmente o processo de renegociação e retoma as operações regulares, agora sob as condições definidas no acordo com os credores.

A recuperação extrajudicial é prevista na legislação brasileira como alternativa menos complexa à recuperação judicial, permitindo negociação de dívidas fora do ambiente judicial, mas com homologação necessária para validade legal.

Fonte: Bloomberg Linea