Especialistas indicam os principais desafios operacionais e como solucioná-los
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 26/11/2024
Foto: Adobe Stock
Para se aproximar ao máximo do ideal, é preciso entender quais são os principais entraves da operação de loja no varejo alimentar e assim traçar estratégias inteligentes e inovadoras, destacando-se em um cenário altamente competitivo.
Confira os principais pontos e como resolvê-los:
Características próprias: É importante lembrar que cada formato tem peculiaridades na operação, conforme a proposta de valor. No atacarejo, por exemplo, é primordial evitar estoques na retaguarda a fim de que os produtos girem rapidamente, resultando em volume de vendas e eliminando dinheiro parado
01. Problema
Falta de planejamento e/ou erro na previsão da demanda, o que leva ao estoque excessivo ou insuficiente e, por consequência, às perdas (principalmente de perecíveis), rupturas e queda nas vendas
Solução
É preciso coordenar de maneira eficaz a cadeia de suprimentos, o que envolve fornecedores, armazenagem, logística, reposição de estoque e gôndola. Isso pode ser feito por meio de um controle rigoroso e automatizado dos níveis de inventário, ajustado em tempo real para refletir a entrada e saída de novos produtos.
Michel Jasper, CEO da Web Jasper, reforça a importância de implementar sistemas de previsão de demanda, que utilizem dados históricos e de tendências de consumo.
“Esse monitoramento constante também deve ser aplicado à validade dos produtos com técnicas de rotatividade, como o método FIFO (First In, First Out), para os itens mais antigos serem vendidos primeiro, minimizando assim as perdas por vencimento”, diz.
Já Ana Paula Tozzi, uma das sócias da AGR Consultores, acredita que um recurso a ser utilizado nesse sentido é a IA (Inteligência Artificial), capaz de analisar grandes volumes de dados para ser preditivo. “É importante adotar ainda uma abordagem ‘just in time’ para produtos perecíveis, minimizando o risco de perdas por vencimento”, ressalta.
Fique atento! Variações de demanda podem ser influenciadas por fatores sazonais, tendências de consumo e até enventos imprevistos, como crises econômicas, de meio ambiente – como as queimadas que estão assolando o País – ou até mesmo pandemias
02. Problema
Subestimar o treinamento contínuo das equipes operacionais o que tem como consequência o despreparo de colaboradores, aumento de taxas de evasão dos funcionários, perdas na eficiência e queda na lucratividade. O resultado disso é a insatisfação.
Solução
Implementar treinamentos focados em atendimento ao cliente, gestão de estoque e uso de novas tecnologias não são só um diferencial competitivo como também uma forma para fidelizar consumidores.
“Por meio dos treinamentos, é importante desenvolver habilidades de comunicação, capacidade de identificar o perfil de cada cliente, empatia e resolução de problemas. Soma-se a isso oferecer um ambiente de trabalho positivo, que reconheça o bom desempenho e motive os colaboradores a realizar um atendimento de alta qualidade”, indica Ana Paula, da AGR. “Equipe feliz, loja feliz, consumidor feliz”, resume.
Michel Jasper acrescenta que capacitação necessita de um investimento contínuo e ressalta a importância das capacitações em técnicas de atendimento ao cliente, resolução de problemas, assim como o incentivo à empatia e à escuta ativa.
03. Problema
É comum não existir integração entre os canais offline e online, resultando em divergências de preço e indisponibilidade de produtos. Quando isso acontece, há um descontentamento na experiência do cliente, queda nas vendas, percepção negativa da marca e feedback negativo em avaliações na internet
Solução
Aqui, novamente a tecnologia pode ser uma grande aliada. A recomendação é adaptar plataformas que facilitam a implementação de estratégias omnichannel que têm o cliente no centro. Para Michel Jasper, da Web Jasper, um começo é a unificação em tempo real dos dados de estoque, preços e clientes, de forma que as informações sejam precisas e acessíveis tanto online quanto nas lojas físicas. “Assim, é possível evitar frustrações, como a falta de produtos anunciados no site ou no aplicativo”, afirma.
Outro ponto importante, segundo Ana Paula Tozzi, é oferecer múltiplas opções de pagamento e entrega, como o clique e retire e o recebimento em domicílio. A sócia da AGR Consultores aconselha ainda implementar a prateleira infinita e investir para que as devoluções sejam facilitadas.
04. Problema
Falta de estreitamento na relação com os fornecedores
Solução
A transparência e a comunicação regular são essenciais para alinhar expectativas e garantir que todos estejam comprometidos com os mesmos padrões de qualidade e responsabilidade. “Todo varejista deveria ter um sistema de apoio aos fornecedores locais, com melhores condições de introdução de produtos”, acredita Michel Jasper.
Nesse sentido, Ana Paula, da AGR, destaca ainda que é fundamental estabelecer parcerias estratégicas e adotar tecnologias para rastreamento e visibilidade da cadeia de suprimentos.
“A diversificação de fornecedores pode mitigar riscos, enquanto a automação de processos, como pedidos e de logística, pode reduzir erros e aumentar a eficiência. A negociação de contratos flexíveis, que permitem ajustes rápidos em resposta a mudanças de mercado, também é uma estratégia importante”, comenta a executiva.
Indicadores de desempenho para avaliar a eficiência operacional da sua loja
- Giro do estoque
- Taxa de ruptura
- Margem de contribuição
- Tíquete médio
- Taxa de conversão
- Produtividade da equipe
- Satisfação dos clientes
- Churn*
* Trata-se de uma métrica que indica o quanto a empresa perdeu de receita ou clientes. Segundo a AGR, é um indicador comumente utilizado nos canais online para avaliar o ciclo de compras e “abandono” dos clientes. Contudo, pode ser adaptado também para lojas físicas, especialmente quando a empresa tem um CRM