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Com o consumidor cada vez mais atento às práticas sustentáveis, a economia circular desponta como uma solução estratégica para o varejo alimentar. Ao implementar iniciativas que minimizem o desperdício e promovam a reutilização de recursos, o setor não apenas atende às demandas sociais, mas também conquista ganhos financeiros significativos.

O conceito por trás da economia circular

Diferentemente do modelo linear tradicional – que envolve produção, consumo e descarte, a economia circular foca na extensão do ciclo de vida dos produtos. Isso inclui práticas como o reaproveitamento de embalagens, a transformação de resíduos orgânicos em biogás ou fertilizantes e a reciclagem de materiais que antes eram descartados.

Esse modelo está tornando uma necessidade estratégica para o varejo, permitindo que as empresas mantenham a relevância e a competitividade em um mercado em constante transformação.

Redução de perdas e aumento da eficiência

Um dos principais benefícios para o varejo alimentar é a redução de perdas em produtos perecíveis, como frutas, legumes e hortaliças. Ao implementar sistemas de logística reversa e parcerias com fornecedores que reutilizam sobras, muitas redes estão conseguindo diminuir significativamente seus custos operacionais.

Por exemplo, a reutilização de alimentos não vendidos para a produção de compostagem tem sido exigida pelos supermercados de grande porte, garantindo que menos produtos sejam descartados. Isso não apenas reduz o impacto ambiental, mas também reforça a imagem da marca junto aos consumidores.

O Carrefour do Brasil, tem um projeto de economia circular que transforma sobras de alimentos em compostos orgânicos. Mensalmente, são compostadas entre 350 e 400 toneladas de frutas, legumes, verduras, ovos e sobras das garrafas de peixaria e padaria. O produto resultante, denominado "Terra Vegetal", é comercializado em pacotes de cinco quilos em diversas unidades da rede.

Além disso, a Hortifruti Natural da Terra, no primeiro semestre de 2024, implementou estratégias de mitigação de desperdício, utilizando inteligência artificial e outras ações, recuperando em 1,7 milhão o volume de perda de itens em comparação com o ano anterior. A rede também tem um adubo produzido a partir da compostagem de resíduos de frutas, legumes e verduras, em parceria com o Ciclo Orgânico.

O impacto financeiro da sustentabilidade

Empresas que adotam práticas de economia circular, tendem a ter um aumento na eficiência operacional. Além disso, os clientes valorizam marcas que demonstram responsabilidade ambiental, o que pode gerar um aumento no engajamento e na fidelidade ao longo do tempo.

Implementar uma economia circular pode exigir um investimento inicial, mas os retornos a médio e longo prazo são evidentes. Essa abordagem oferece uma oportunidade concreta de alinhamento de sustentabilidade e lucratividade no varejo alimentar.

Caminhos para adotar a economia circular no varejo

1. Logística reversa: criação de sistemas para coleta e reaproveitamento de embalagens.
2. Parcerias com startups: colaboração com empresas que transformam resíduos em novos produtos.
3. Treinamento de equipes: capacitação de funcionários para integrar práticas sustentáveis ​​nos processos diários.