Consumidores dão mais importância às promoções e descontos do que à qualidade na escolha do item
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 21/08/2024
Foto: Adobe Stock
Durante o primeiro semestre do ano, 54,8% das pessoas reduziram o consumo do azeite. Essa queda está diretamente relacionada ao aumento no preço do item, que em julho subiu quase 20% na comparação anual. Na sequência, aparecem as carnes (41,3%) e legumes, verduras e frutas (24,4%).
80% dos brasileiros não consideram justos os preços que pagam hoje nas compras.
Os dados são do levantamento “Hábitos de Compra no Varejo Alimentar” da Neogrid, em parceria com o Opinion Box. Realizado entre junho e julho de 2024 com mais de 2.000 pessoas de todo o Brasil, o estudo demonstra como o consumidor brasileiro vem acompanhando de perto as variações de preços dos produtos no varejo e mudando hábitos para comprar mais e pagar menos.
Para se ter uma ideia, mais da metade dos consumidores (65%) afirmou que o preço é um fator decisivo na hora da compra. Tanto é que 82% das pessoas deixaram algum item por causa do valor.
Os consumidores também consideram mais as promoções e descontos (65,7%) do que a qualidade do produto (63%) como ponto crucial no momento da compra. Nesse sentido, 83% dos entrevistados acompanham promoções de itens específicos que querem adquirir e 84% levam mais produtos quando notam que o preço está baixo nas prateleiras.
“Esse comportamento acaba estimulando a procura por ofertas mais vantajosas, além de comparações entre redes de supermercados e marcas concorrentes. Uma das possíveis razões para esse contexto é a perceptível diminuição do poder de compra dos brasileiros e as recentes elevações de preços de categorias que costumam estar presentes nos carrinhos dos consumidores”, explica Anna Fercher, head de Customer Success e Insights da Neogrid.
Dados examinados pela Horus, braço de negócios da Neogrid, indicam também que houve uma retração no consumo nos primeiros seis meses em relação a 2023. O gasto médio por compra caiu 7,3% e a média de itens levados pelos consumidores reduziu 7,5%.
Essa queda no poder de compra e busca pelos melhores preços apontado pela executiva também pode ser observada nos canais escolhidos. 62% dos entrevistados fizeram visitas mais frequentes a atacarejos nos últimos doze meses. Quando questionados sobre as justificativas, produtos mais baratos (82,8%), de maior qualidade (56,9%) e mais variedade (73,1%) foram as mais citadas.
Apesar dessa ampliação na regularidade de visitas aos atacarejos, os supermercados tradicionais se mantêm como a principal opção de varejo físico (34,4%). Logo depois, aparecem os cash & carry (30,1%), seguido pelos hipermercados (24,3%). Os mercados de bairro, em constante expansão, representam 10,7%.
Os canais digitais também são procurados na busca pelas melhores ofertas. 56% das pessoas revelaram fazer compras online pelo menos uma vez por mês, apontando os preços mais baixos, as promoções exclusivas e a comodidade como os principais fatores para essa tomada de decisão.
Contudo, metade dos respondentes ainda prefere efetuar todas as compras presencialmente, enquanto cerca de 35% realizam parte delas digitalmente.