Cesta carioca tem aumento de 16,3%, a maior entre as capitais
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 17/09/2024
Foto: Adobe Stock
A cesta básica do Rio de Janeiro apresentou uma alta de 16,3% em agosto, o avanço mais significativo dentre as capitais, alcançando o total de R$ 1061,37. Manaus, São Paulo e Salvador também tiveram altas de 2%, 1,5% e 0,4%, respectivamente.
Em relação aos preços, a capital paulista se consolida em segundo lugar com um total de R$ 924,61, seguido de Manaus com R$ 793,91 e Fortaleza com R$ 793,72.
Por outro lado, as cestas que apresentaram queda na variação de valor foram Brasília (-8,4%), Fortaleza (-3,1%) e Belo Horizonte (-0,5%). Dentre os preços mais baixos, Belo Horizonte se destaca com uma média de R$ 665,66. Logo depois, está Curitiba com R$ 723,36 e Brasília com R$ 757,13.
Os dados pertencem a Neogrid e fazem parte do levantamento Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE, realizado mensalmente em oito capitais, que também traz informações sobre os alimentos e a cesta de consumo ampliada.
Assim, no âmbito dos alimentos, o arroz, margarina, manteiga, óleo, ovos, café em pó e em grãos e frango registraram aumento em quase todas as regiões. Para Anna Carolina Veiga Fercher, head de Costumer Success e Insights da Neogrid, o caso do café é justamente devido às variações climáticas que afetaram regiões importantes no cultivo do grão, tornando menor tanto a produtividade quanto a oferta. Adicionalmente, a demanda para exportação seguiu aquecida, fato que impulsionou o avanço nos preços internos.
Anna ainda ressalta que a alta nos preços de laticínios como a margarina e a manteiga está relacionada ao repasse de custos das matérias-primas, derivados lácteos e a soja, que registraram aumento de preço em julho no mercado internacional.
As quedas mais significativas de agosto foram os ovos em Fortaleza (-8,8%) e o açúcar em Manaus (-4,2%).
Segundo a pesquisa, o aumento no custo médio da cesta básica no mês decorreu de fatores como o repasse dos custos de produção, tanto dos insumos nacionais como os importados, bem como da desvalorização cambial, uma vez que a escalada do dólar encareceu as importações.
Esses aumentos recorrentes em categorias importantes afetam especialmente os consumidores de mais baixa renda, que gastam a maior parte de seu orçamento doméstico com alimentação.
Últimos 6 meses
Quando consideramos o acumulado dos últimos 6 meses, a cesta que apresentou a maior elevação foi a da capital amazonense, com uma alta de 13%. Logo em seguida está a capital carioca com 5,7% e São Paulo com 3,4%. Já no movimento contrário temos Brasília com -9,7%, Curitiba com -8,7% e Belo Horizonte com -2,6%. Dentre os alimentos, as maiores quedas foram as dos legumes, frutas, carne bovina e fubá que tiveram reduções em ao menos metade das capitais.
Cesta ampliada
Em relação a cesta ampliada, que considera também bebidas e produtos de higiene e limpeza, houve aumento em seis das oito capitais, com destaque para o Rio de Janeiro, onde o valor médio cresceu 16,7%, seguido de Belo Horizonte com 3,1% e São Paulo com 3%. A única queda foi em Brasília com -8,5%, enquanto Manaus se mostrou estável com uma variação de 0,4%.
Nessa cesta, os produtos que apresentaram alta em todas as capitais foram o café em pó e em grãos, o leite UHT, frango, manteiga, detergente, achocolatado, leite em pó, sabonete e creme dental.