Vendas da Rede Dia estão em queda
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 16/01/2019
Entre janeiro e setembro de 2018, a rede de supermercados Dia amargou queda de 1,6% em suas vendas brutas no Brasil. Nesse período, o pior resultado aconteceu no mês de junho, com queda de 3,4%. Um baque e tanto para quem, dois anos antes, chegou a crescer 20% em um só trimestre.
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Incertezas econômicas e a forte concorrência dos atacarejos são as principais razões apontadas para o difícil momento do Dia Supermercado no Brasil, onde a rede conta com cerca de 1,2 mil lojas. Agora, o grupo espanhol que controla a empresa deve utilizar de maneira mais "prudente e inteligente" os recursos no Brasil. Por aqui, o crescimento terá que ser autofinanciado pela operação brasileira, conforme destacou a analistas no fim do ano passado Antonio Coto Gutiérrez, presidente do grupo. A rede tem inaugurado entre 60 e 70 lojas ao ano no país, volume que deve ser "levemente" reduzido neste ano, mas sem nenhuma desaceleração dramática. As regiões em que a rede é mais forte devem ser o foco das próximas aberturas de loja no País.
A desaceleração nas vendas do Dia no Brasil começou a aparecer após 2017, em parte pelo cenário de deflação em diversas categorias que atingiu todo o setor. Acontece que a inflação voltou a acelerar no ano passado, e mesmo assim, houve queda de receita nos três primeiros trimestres, enquanto Carrefour e GPA cresceram de forma significativa.
Ruptura de produtos
Segundo apuração do jornal Valor Econômico, um dos problemas enfrentados pela empresa no ano passado a ruptura de produtos nas lojas. Enquanto havia excesso de algumas mercadorias, encaminhada pela área de compras da rede às lojas franqueadas (que representam quase 70% do total), outros itens estavam em falta. Problema grave em qualquer supermercado, a ruptura é ainda mais séria para uma rede cuja estratégia é contar com poucas marcas no sortimento.
A empresa também sofre com o fato de alimentos frescos, que não são o ponto forte da Rede Dia, serem cada vez mais demandados pelo consumidor brasileiro. A informação é de um consultor próximo a um grupo de franqueados.
Na conversa com analistas no fim do ano passado, Antonio Coto Gutiérrez, presidente do grupo, afirmou que a rede tem o "posicionamento certo" no Brasil, e destacou que há por aqui um "ambiente desafiador". Também citou "enorme impacto do câmbio nas finanças" da rede, o que teria afetado decisões de investimento. "Como nossa situação geral mudou, nosso desafio é ser inteligente na maneira como investimos nosso dinheiro na América Latina, de modo a manter nossos negócios em boa forma enquanto navegamos pela atual turbulência macroeconômica nesses países", afirmou on executivo durante teleconferência realizada em novembro, citando na sequência a pressão dos atacarejos sobre a rede no Brasil.
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