Varejistas contam como transformaram a experiência de compra em suas lojas com tecnologias ultramodernas

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Tatiane Pamboukian -

Modernidades como o supermercado 100% autônomo convivem com uma parcela do público que aprecia o contato com pessoas, contrapontos que se somam para tornar a vivência única

Caixa dinâmico, presente em lojas do Muffato, onde o shopper passa compras de maior volume, lidas pelo código de barras, para depositar na esteira rolante

O shopper chega à loja, pega seu carrinho eletrônico, que vai escaneando tudo, em cada corredor, gôndola a gôndola, enquanto ele decide quais produtos vai levar. O equipamento ajuda nessas decisões, sugerindo outros que podem complementar sua cesta.

Telas, no decorrer da loja, também interagem com sugestões de compra. Ao final do processo, o cliente coloca suas compras em uma esteira que identifica, sozinha, por leitura ótica, todos os itens. Para pagar, nem de celular precisa mais, já que a carteira já deixou de ser necessidade faz tempo. O pagamento é feito por reconhecimento facial.

Pois é, o futuro chegou, transformando a experiência de compra em uma jornada fluida, rápida, sem interferências, em que o próprio cliente se serve em todo o processo. É o ápice do autosserviço, realidade já em muitas lojas do País.

Mas, com toda essa modernidade, vem também uma certeza: a de que máquina nenhuma é capaz de substituir o ser humano. Contraponto a tanta tecnologia, querida e desejada pelas novas gerações, existe ainda um perfil de público que necessita do olho no olho e daquela caloricidade que só o brasileiro tem.

Do supermercado 100% autônomo à loja com caixa de bate-papo e cafezinho, varejistas mostram as diferentes demandas do shopper e como estão utilizando a tecnologia a favor do negócio.

No Muffato Go, por meio do app Shop &Go, o cliente faz a leitura do código de barras do produto com e antes de sair só precisa pagar no checkout específico

100% de autonomia em toda a loja

Em 2022, o Grupo Muffato surpreendeu ao desenvolver no Brasil a primeira loja de supermercado sem atendentes, 100% autônoma. Apesar de compacta e com perfil de reposição, a unidade é mais que uma loja de conveniência. Fábio Donadon, head de TI do Muffato, diz que a experiência com o Muffato Go tem sido muito boa.

“Os clientes entendem rapidamente como é a nova jornada de compras sem checkouts e se surpreendem com a experiência do processo de reconhecimento automático das compras por imagem”, conta.

O projeto foi bastante desafiador, segundo o executivo, pois tudo foi construído especificamente para esse supermercado, do piso e iluminação à rede de dados. Outro desafio é o processo de aprendizagem das novas tecnologias.

“Temos que facilitar para os clientes, tornando a utilização intuitiva e a descoberta prazerosa” diz Donadon, que ressalta que, a partir dos feedbacks, fazem possíveis correções e até alterações.

“As pessoas precisam achar simples, se sentir bem ao utilizar, de forma que no uso recorrente o processo se torne quase que imperceptível, como entrar no carro, ligar e dirigir. A relação pessoal será sempre insubstituível”

Fábio Donadon - Head de TI do Muffato

Reconhecimento facial

O Grupo Asun ousou ao levar para o varejo alimentar da região Sul o primeiro checkout com pagamento por reconhecimento facial. A novidade fez as lojas com a tecnologia tornarem-se referência. “Um cliente disse: agora que pago com reconhecimento facial só vou vir aqui”, conta Antonio Martins, DPO do Grupo Asun, que percebeu ainda que a tecnologia atrai um público com tíquete médio maior.

A rede também prioriza a presença de caixas de autoatendimento em todas as suas lojas, que geralmente são abertas com cerca de seis deles. Isso porque Martins também destaca que, para um determinado público, a tecnologia, ao mesmo tempo que aproxima, também assusta.

“As pessoas acima de 45 anos estão preferindo um atendimento mais tradicional, ter o contato com a operadora de caixa”. Mesmo quem está no self-checkout fica mais seguro ao ver um atendente para ajudar a resolver qualquer problema técnico ou de entendimento de uso da tecnologia, observa o executivo.

“Um dos fatores que justificaram investir no pagamento por reconhecimento facial foi o marketing, pois gerou uma grande divulgação”

Antonio Martins - DPO do Grupo Asun

Comunicação para impactar

Uma estratégia assertiva é ainda utilizar as telas digitais também para interagir com o shopper durante sua jornada de compra, dando sugestões e trazendo um conteúdo institucional. Até para o sucesso das ações de retail media esse equilíbrio entre conteúdo e anúncio é mais eficaz, avalia Alex Terra, co-fundador e CEO da Midfy, ressaltando que também precisa haver uma ponderação sobre a quantidade de equipamentos pela loja.

“A localização das telas não deve atrapalhar a jornada, pois elas podem saturar não somente do ponto de vista da informação, mas até pelo impacto de sua luz”. Terra sugere explorar as zonas de espera forçada, como filas de açougue e padaria.

“É importante olhar para as telas digitais não apenas do ponto de vista financeiro, mas também para a experiência do cliente”

Alex Terra - Co-fundador e CEO da Midfy

O Enxuto, mesmo com todo o investimento em tecnologia, olhou para o cliente que prefere comprar com calma e jogar conversa fora

Das inovações em primeira mão ao caixa de bate-papo

Quando o assunto é tecnologia, o Enxuto está antenado. Pioneiro na América Latina com carrinhos inteligentes, a rede possui checkout também para grandes volumes. Entretanto Samuel Vanio, CEO do Grupo Enxuto , sabe equilibrar muito bem as diferentes necessidades do consumidor e inovou fazendo concomitantemente o inverso.

A rede implementou o caixa lento, onde o cliente pode passar suas compras sem pressa alguma, bater papo com o atendente e ainda se sentar na poltrona para tomar um café. “Em um mercado tão competitivo com uma loja do lado da outra, preciso me diferenciar, trazer coisas diferentes. Eu preciso ter como atender os mais diversos clientes, do idoso ao jovem que faz faculdade”, justifica.

“O carrinho inteligente tem até a opção de identificar, por meio de leituras óticas, quais são os produtos estão faltando nas gôndolas conforme o shopper vai andando pelos corredores, e depois gera um relatório que é repassado ao time de loja”

Samuel Vanio - CEO do Grupo Enxuto

Fotos: Divulgação

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