Transformação digital: como começar ou avançar
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 08/08/2018
Há consenso entre estudiosos do mundo inteiro que todas as atividades e empresas terão de se curvar a uma transformação digital profunda. o que não significa tudo agora. a questão é como começar ou avançar. é bom ter em mente que transformação digital aponta para transformação do negócio. e isso não é conversa fiada. tudo vai sofrer o impacto da tecnologia. e todos, indistintamente, estarão no mesmo barco: aprendendo, errando, corrigindo. Empresas se perderão em iniciativas e investimentos sub ou superestimados, e mitos e lendas surgirão, mas... a transformação virá. e o importante é começar.
Escolhas
Nesse mundo tecnológico tão volátil, é preciso ter outro olhar para os investimentos. Por mais que uma tecnologia apareça como saída para melhorar os resultados, as oportunidades têm de ser bem avaliadas, levando-se em conta a estratégia, o que a empresa dispõe de infra-estrutura e sistemas, de pessoas qualificadas para os novos tempos e o plano prevendo as prioridades. Não se trata de defender o devagar e sempre, mas, sim, o preparo para encarar a maratona – ninguém quer abandonar a corrida porque as pernas fraquejaram. A velocidade é necessária, mas não se encara uma pista só com garra. Confira como dar os primeiros passos.
Nerds do Vale do Silício (EUA) e de outras regiões disruptivas do planeta garantem que as tecnologias ficarão cada vez mais baratas
Por onde começar
Não existe receita. Esse bolo é só seu
Dados são a base de tudo. Se você não tem nenhuma ou pouca informação dos clientes, vendas, estoque, entre outros, comece por aí. Se você dispõe de dados, mas eles estão bagunçados e seu time não consegue extrair deles conhecimento para o negócio, comece por Tecnologias deruaí. Com a ajuda de tecn ologias avançadas (disponíveis no mercado) é possível extrair informações consistentes e gerar insights e ações bem mais produtivas em tudo: promoções, precificação, marketing nas redes sociais, programas de fidelidade sob medida. Começar com o banco de dados da companhia já é um passo importante e permitirá, com o tempo, migrar para um projeto mais ambicioso, envolvendo, quem sabe, dados de outras fontes. Existem hoje bancos enormes de grandes corporações tecnológicas que vendem informação sobre tudo que diz respeito ao consumidor. São grandes plataformas que capturam, armazenam e relacionam dados de diferentes canais. Você já conhece essa lógica. Sua vida, o que você faz, consome, quanto gasta, onde circula e onde mora são acessíveis por Google, Waze, Facebook, Linkedin. Outras organizações, como operadores de cartões de crédito e de telefonia também têm bancos de dados valiosos que poderão ajudar em ações pontuais ou de longo prazo. Esse negócio é grande, mas tem de ser acompanhado de perto, em função de leis que estão e serão criadas em defesa da privacidade e em função da saturação que o próprio consumidor pode enfrentar pelo assédio excessivo. O brasileiro é um dos que menos se importa no mundo em abrir dados pessoais para publicidade online. Porém essa é uma realidade que vai se ajustando no caminho em termos de comportamento e do próprio avanço tecnológico. Sistemas cada vez mais sofisticados de análise de dados, inclusive com insights prontinhos, demandarão atenção permanente. Existe muita coisa surgindo no mercado. Esses sistemas podem ser “contratados” de consultorias internacionais, desenvolvidos ou encomendados. Calma! Deu Foba? Já vai passar.
Entraves
que drenam os resultados de maneira grave e constante são pontos essenciais para encaminhar o processo de transformação. Se a gestão de estoque é um desastre, talvez valha a pena definir o passo a passo na busca de um modelo disruptivo, bem mais eficiente. Esse pode ser um começo, já que envolve os mais diferentes setores da empresa: comercial, CDs, depósito, loja, financeiro. Soluções sob medida também podem ser criadas a um custo ok, com participação de startups. Mas é importante ressaltar: a conexão de programas de um ou mais parceiros, dentro da infraestrutura já existente, exigirá um exercício de flexibilidade e, talvez, novos investimentos.
[noticiasRelacionadas]
Oportunidades
para o bem do negócio fazem parte do processo. Veja e priorize o que mais pode ter impacto sobre as vendas, competitividade, expectativa futura. Pode ser e-commerce, presença nas redes sociais, parceria com fornecedores, sistemas que integram atendimento ao consumidor on e off line, ou plataforma marketplace – que reúne diversas marcas no mesmo lugar. Iniciativas isoladas também podem ajudar a introduzir o DNA digital na rotina de todos, inclusive do cliente, além de favorecer as vendas. Entre as várias possibilidades, avalie a presença de um robozinho na loja para interação com o consumidor. Na verdade, a imaginação e a vontade de ser inovador não é o limite.
Transformação digital não passa apenas por softwares e automação, mas também por "tec-ciências". A biotecnologia é uma delas e impactará seu negócio e sua vida. Dela já começam a surgir alimentos revolucionários
Vai ser dificil, mas tudo bem
Algumas dicas
1. O primeiro passo é mexer com convicções, derrubar barreiras e se desafiar
2. O dono precisa acreditar na importância do tema, ter interesse e curiosidade por ele e encabeçar o processo. Talvez o mais difícil seja vencer as próprias resistências. Mas não tem jeito. Dá para delegar o “fazer”, mas não o exemplo
3. Contratar alguém de fora da companhia para assessorar na direção encurta o caminho. Pense num profissional que entenda de tec, mas também de negócio
4. Procure um ou mais nerds com pegada empreendedora e conhecimento estratégico, comercial, financeiro. Tem muita gente boa por aí
5. Consultorias mais estruturadas também são uma opção, sobretudo em projetos de grande porte, como transformar a área de logística
6. Cada decisão deve considerar tanto a oportunidade para os negócios de hoje quanto a trajetória na direção do futuro
7. O movimento exigirá mudanças na organização e em sua cultura
8. Cultura digital leva tempo, exige paciência e deve envolver prazos realistas para planejar, implementar e refinar cada passo
9. Cuidado com projetos de longo e até de médio prazo. Se você resolver implantar um chatbot no seu site de compras, daqui a 10 anos ele já não fará nenhum sentido.
10. Apoie a formação digital de pessoas-chave da companhia e a participação de vários de seus profissionais em seminários e congressos aqui e fora do país. Será necessário valorizar novas competências e habilidades
12. Crie uma visão digital para a companhia que todos os escalões possam entender
13. Nem tudo precisa ser gerado em casa. Muitas soluções podem ser concebidas por startups ou compradas já prontinhas
14. Um bom CRM pode ser um começo importante. Pense se não seria conveniente investir no chamado Customer Relationship Management - Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente. Isso para estabelecer ações pontuais e de longo prazo bem mais atraentes para o cliente e o desenvolvimento do negócio. O CRM agrupa aplicativos que armazenam, apresentam e integram informações do cliente, úteis para gestão de vendas, finanças, operação, logística, atendimento. A solução valoriza dados, análise e ações
Dê sua opinião
Vamos produzir muito conteúdo sobre transformação digital, mas precisamos de ajuda, críticas e sugestões.
Escreva para redacao@savarejo.com.br