Seu supermercado mais valioso e atraente para investidores
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 13/08/2018
Um supermercado bem gerido, reconhecido por boas práticas e por ser lucrativo sempre pode estar no radar de alguma empresa maior. E, ainda que seus donos não pensem em se desfazer da companhia, é importante aumentar o valor de mercado. Ajuda a atrair investidores e facilita a obtenção de crédito no mercado. E mais: na pior das hipóteses, os herdeiros contarão com um patrimônio maior do que imaginavam inicialmente. Portanto arregace as mangas e deixe sua empresa tinindo!
O processo que garante isso chama-se due diligence, ou diligência prévia, que significa realizar uma auditoria rigorosa com consultoria externa e idônea, para identificar os pontos fortes e acertar as distorções e más práticas das operações. Com tudo em ordem, a empresa fica irresistível a futuros sócios (ou compradores) ou, então, garante sua perenidade.
O primeiro passo é contratar um escritório de direito especializado ou uma consultoria do setor, que vai investigar e diagnosticar a gestão financeira, contábil e fiscal, jurídica, previdenciária, trabalhista, ambiental, imobiliária, de propriedade intelectual e tecnológica da empresa. A contratada também analisará indicadores e controles, além de aspectos da governança corporativa, como condições societárias, papel dos herdeiros, além dos conselhos consultivos e deliberativos.
Esses atos permeiam várias áreas do direito, as quais variam do negócio sob análise. O cerne de uma due diligence é conhecer os detalhes de uma companhia para que os riscos de um negócio com ela sejam mensurados. O processo, portanto, não tem um prazo certo e pode ser feito por qualquer tipo e tamanho de empresa. E, por ser tão amplo e diferente para cada setor, o investimento também é bastante variável.
Para quem olha a análise, pode parecer uma invasão desnecessária, mas não serve apenas para o investidor. Segundo analistas, a due diligence também corrige problemas de gestão que não eram imaginados e evita complicações com a Justiça do Trabalho, Fisco etc. Também acaba com famosos jeitinhos e cria processos que podem ser seguidos por herdeiros se o supermercado não for vendido ou fizer parte de uma fusão.
E existem dois tipos de diligência. A vendor due diligence, para as empresas interessadas em ter novos sócios e investidores, ou vender todo o negócio ou parte dele. E a buyer due diligence, voltada para quem deseja investir em aquisições e fusões. A profundidade das análises de cada modelo é diferente.
No primeiro caso, a análise costuma ser mais simples e pode corrigir, por exemplo, falhas no recolhimento de impostos, problemas em contratos comerciais, no fluxo de caixa e no sistema financeiro da companhia. É muito comum também que, em empresas menores, a pessoa física do proprietário confunda-se com a jurídica e as finanças estejam atreladas, o que deve ser corrigido.
No modelo de buyer due diligence, o auditor tem que assegurar maior transparência e segurança para o possível investidor e por isso o escrutínio é maior. Há aspectos que precisam ser analisados, como os demonstrativos financeiros, receitas e despesas, revisão do Ebitda (lucro operacional), além de ativos e passivos. Questões societárias, formação de custo, estoque, obrigações assumidas, assim como contas a receber, créditos fiscais, eventuais fraudes e outros aspectos também devem ser investigados.
Razões para fazer uma due diligence
- Receber injeção de capital por meio de sócios, investidores anjos, parceiros
- Desejo de vender a empresa
- Melhorar o perfil de endividamento
- Ter uma gestão mais eficaz e profissional
- Conhecer os problemas internos
- Não ter herdeiros
Como se preparar para a due diligence
- Realize auditoria interna e tente resolver os problemas detectados
- Atualize documentos; fluxos financeiros
- Reveja contratos
- Disponha das informações em sistemas de controle de gestão
- Avise e busque o comprometimento de funcionários