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31/05/2025
Por que é tão difícil inovar?
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 11/03/2020
Inovação se tornou um conceito impossível de passar despercebido. "Por mais que alguns ainda teimem em manterem-se deitados eternamente em berços esplêndidos, mais dia menos dia, a água vai bater no nariz, obrigando a gente a fazer alguma coisa para não morrer afogado", comenta Marília Cardoso, sócia-fundadora da consultoria de gestão da inovação PALAS .
A especialista lembra que, por mais que o homem inove desde sempre – caso contrário não teríamos chegado até aqui –, o século XX trouxe tantas facilidades que acabamos criando falsas zonas de conforto, acreditando que tudo o que precisamos é de um diploma na parede, um bom emprego, contas pagas e um corpo sarado. Mas é preciso ir além.
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Curva de aprendizagem
"Para isso, precisamos nos render ao que o psicólogo Hermann Ebbinghaus definiu em 1885 como curva de aprendizagem. Segundo ele, há uma certa negação no início, uma tendência a acharmos que já sabemos o suficiente. Até que chega um momento inevitável, como já está acontecendo com diversas empresas e segmentos profissionais. A partir desse momento, inicia-se a fase de preparação, onde o indivíduo se prepara para aprender coisas novas", explica Marília.
Logo chega a chamada fase de adoção, seguida da curva de aprendizado, que, nas palavras da sócia-fundadora da PALAS, se assemelha a um vale sombrio e perigoso, já que desperta a sensação de que tudo o que você sabia não serve para mais nada. É a hora do desespero, da decepção, da derrota. "Só quando o aprendizado começa a fazer sentido, por meio do chamado aprendizado experiencial, é que a retomada acontece, seguindo uma curva ascendente. Aí, o indivíduo é capaz de encontrar benefícios reais e torna-se melhor do que era antes", afirma.
Não por acaso, essa curva é muito semelhante à do luto, definida pela psicóloga Elisabeth Kubler-Ross. "No começo, há sempre a negação, a raiva e a barganha. Até que, convencido que a morte é imutável, caímos no vale da depressão. Com o tempo e força de vontade, saímos do limbo para entrarmos na fase de consciência, aceitação e atitude", detalha Marília Cardoso
Segundo ela, essa comparação talvez seja a melhor explicação para o fato de inovar ser algo tão difícil e desafiador para a grande maioria das pessoas. "O processo de aceitar que o que se sabe não é mais suficiente dói tanto quanto a perda de uma pessoa querida. Só que, no caso, o que perdemos é um pedaço de nós mesmos. Uma parte que lapidamos com a relevante ajuda dos nossos pais, professores e amigos".
O que fazer
Em resumo, a sócia-fundadora da PALAS deixa bem claro: quem realmente quiser inovar em sua carreira, sua empresa ou sua vida, precisará encarar de frente a dura realidade de que nada mais será como antes. Terá de encarar a descida da “desaprendizagem” para que a subida seja, de fato, transformadora. "Dói, mas compensa. É melhor chegar ao fundo do poço e subir do que passar a vida inteira fingindo que não tem nada acontecendo. Se joga! Erre rápido para aprender mais rápido ainda", recomenda a especialista.
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