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(0 Avaliações)Reportagem SA+ - 01/09/2022
Foodtech investe em tecnologias para desenvolver proteínas a base de plantas análogas às carnes animais e inova com os primeiros hambúrgueres sabor picanha e costela do mercado
Dos laboratórios do Centro de Inovação ADM saem as inovações da PlantPlus Foods que abastecem toda América Latina (Foto: Divulgação)
A PlantPlus Foods , foodtech de alimentos plant-based criada por Marfrig e ADM, reuniu em evento jornalistas e influenciadores no Centro de Inovação da ADM, na cidade de Hortolândia, em São Paulo, para apresentar onde e como nascem suas criações e mostrar em primeira mão e na prática seus novos produtos.
Além dos itens inéditos no segmento, os hambúrgueres sabores picanha e costela, a empresa incorporou ao seu portfólio frango desfiado e linguiça toscana. Os produtos surpreendem pela semelhança com a carne animal, na textura, suculência, aroma e sabor, do preparo ao consumo.
Para criar a experiência completa para quem quer variar o cardápio com uma alternativa de proteína mais saudável e sustentável, são feitos muitos testes em seus laboratórios e pesquisas sensoriais às cegas com consumidores.
O centro de inovação funciona como uma mini fábrica onde é feita a produção piloto que, depois de diversas avaliações e aprimorações, vai para a fabricação em escala.
Para chegar ao objetivo, que é criar uma carne vegetal que se comporte como a de origem animal, são feitos testes técnicos para verificar, por exemplo texturas em equipamentos precisos, como também avaliações sensoriais com consumidores, conforme explicou Rodrigo Burakovas, gerente de serviços técnicos e desenvolvimento para produtos Plant-Based da ADM Latam.
O resultado é uma carne, quando falamos do hambúrguer, por exemplo, que tenha a mesma aparência do hambúrguer animal congelado, o mesmo comportamento durante a fritura ou cozimento, com a liberação de água e gordura, o aroma, a textura. Após o preparo, um corte e mordida que, através das fibras, dão a sensação de estar consumindo uma carne animal.
O público alvo é exatamente esse consumidor que gosta de carne, não vegetariano, e que quer apenas uma alternativa, provar novos sabores, viver novas experiências. Este mercado de produtos alternativos à carnes está evoluindo muito rápido e seu consumo cresce 15% ao ano.
Uma das barreiras para um crescimento ainda maior é o preço, ainda acima da carne animal devido aos investimentos em inovações e, principalmente, pela escala menor de produção. Uma das soluções desenvolvidas pela PlantPlus é a embalagem individual dos hambúrgueres com desembolso menor para gerar experimentação e ser a porta de entrada.
O objetivo é eliminar a barreira psicológica do preço, segundo Beatriz Vigeta Hlavnicka, head de marketing Latam da PlantPlus Foods, que explica que o custo de produção é maior porque são utilizados produtos e naturais, como o extrato de beterraba para dar a coloração de carne vermelha e alga marinha para envolver a linguiça vegana. Ela conta que em mercados mais maduros como na Europa o consumo mais disseminado permite que os produtos plant-based tenham o mesmo preço ou até sejam mais baratos que a carne animal, porque, em escala, seu custo de produção é menor e mais sustentável.
Ainda assim, George Bravo, head de vendas Latam da PlantPlus Foods, recomenda os produtos para além das lojas premium, pois existe um mercado para classe C também. Atualmente, os produtos estão presentes em redes como Pão de Açúcar, St Marche, Sonda e Carrefour. A foodtech fornece ainda carne vegetal para as redes Burguer King, Subway, Outback, entre outras.
A estimativa é que esse mercado possa faturar até 370 bilhões de reais no mundo até 2035, segundo a Euromonitor, e no Brasil, a expectativa é de 82 milhões de reais até 2025. Um mercado que começa a ser democratizado e configura-se como uma alternativa ao varejista. Bravo revela o plano de expansão da PlantPlus, que hoje está mais concentrada no sul e sudeste, para as regiões norte e nordeste, e dobrar de tamanho em volume e faturamento em 2022.
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