Nove a cada dez garrafas de vinho "made in USA"são produzidas na Califórnia. O estado também é o maior daquele país entre as localidades onde o uso recreativo da maconha é legalizado para pessoas acima de 21 anos. Essas duas informações parecem não ter relação nenhuma entre si, mas não é o que pensam muitos executivos das vinícolas californianas.

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No setor de vinhos da região, há um certo temor de que o consumo da cannabis roube uma fatia das vendas da bebida. E não se trata de paranoia. Artigo publicado na revista The Economist divulgou dados de um estudo da empresa holandesa Rabobank, especializada em financiamentos para agricultura, que aponta o fato de maconha e álcool serem, até certo ponto, substitutos. 

De acordo com a análise, a legalização da maconha para consumo além do uso medicinal incentiva o público de alto nível sócio-econômico a fumar a erva em vez de ingerir bebidas alcoólicas. Essa substitiuição também seria comum entre mulheres e baby boomers (nascidos entre 1946 e 1964). Um detalhe importante nessa concorrência: 72% dos usuários consideram maconha mais saudável do que bebidas alcoólicas.

Impactos na cadeia de distribuição também preocupam as vinícolas da Califórnia. Produtores têm encontrado dificuldades na contratação de mão-de-obra temporária para colheita das uvas no período sazonal. Justamente porque esses profissionais estão recebendo propostas melhores das fazendas de produção de cannabis, que precisam do trabalho deles durante todo o ano.