Foto: Divulgação

Depois de 50 anos no Brasil, o Makro acabou encerrando suas atividades e vendendo suas lojas, especialmente para redes regionais. Assim como o atacadista, o Carrefour veio para o País nos anos 70, com proposta similar, e hoje lidera o varejo alimentar brasileiro.

Já o também francês Casino , há poucos dias, manifestou o interesse em vender sua participação no GPA. Há cerca de três anos, o Walmart tomou a mesma decisão e saiu do Brasil. O que de fato vem ocorrendo? Por que empresas estrangeiras estão abrindo mão dos negócios no Brasil? Por que o Carrefour se consolidou e o Makro foi embora?

Para entender esse cenário e responder a essas questões, a SA+ conversou com Ricardo Pastore, especialista em varejo, com passagens pelo Makro e Pão de Açúcar, e professor doutor na ESPM, que compartilhou suas análises e opiniões. 

“O Brasil traz uma série de desafios para empresas de fora, especialmente de países desenvolvidos, que possuem sistemas mais robustos de logística e alta tecnologia, por exemplo”, diz. “O retorno financeiro aqui também é mais lento, pois a moeda é desvalorizada e o poder de compra do brasileiro menor”, completa. 

Para sobreviverem, Pastore afirma que essas redes acabam se descaracterizando do formato original para competir, com menor qualidade, um nível inferior de competição do qual essas empresas não estão acostumadas. 

Sobre o Casino, um dos erros foi adotar uma estratégia de expansão de alto risco, baseada em empréstimo, modelo que deu certo no início mas a longo prazo não se mostrou sustentável. As mudanças com a pandemia também atrapalharam.

“O grande acerto na estratégia do Carrefour foi a compra do Atacadão. A empresa encontrou condições com o modelo atacarejo e expandiu rapidamente. O GPA depois reagiu investindo no Assaí, que hoje não faz parte do Grupo”, destaca o professor.

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