No primeiro trimestre de 2018, o e-commerce chinês  Pinduoduo  faturou US$ 220 milhões, atingindo praticamente o mesmo valor em vendas de todo o ano passado. A empresa recém estreou na bolsa de valores Nasdaq e já vale US$ 25 bilhões. Os números impressionam para uma varejista online fundada há somente três anos e que concorre diretamente com gigantes como Alibaba e JD.com .

Compra compartilhada e integração com redes sociais  

Criado por Colin Huang, ex-engenheiro do Google, o site vende de tudo, inclusive alimentos. Entre os segredos para o rápido sucesso está a forte integração com o ambiente de redes sociais e uma estratégia que torna o processo de compra mais divertido em comparação com e-commerces tradicionais.    

Todos os 340 milhões de usuários do  Pinduoduo  – número que não para de crescer – têm a opção de compartilhar informações dos produtos que desejam comprar no WeChat, aplicativo chinês muito semelhante ao WhatsApp, e convidar amigos e parentes para uma espécie de compra coletiva, semelhante às oferecidas por sites como Groupon e Peixe Urbano . Sempre que há um grupo de clientes comprando um mesmo item, o e-commerce oferece descontos expressivos, de até 90% em alguns casos.  

Essa compra com amigos e parentes é encarada pelos clientes como uma brincadeira cujo prêmio é pagar bem mais barato por um item desejado. Essa estratégia tem garantido fama e muitos novos clientes ao Pinduoduo, mesmo sem grandes investimentos em marketing.   

Foco no público de baixa renda

Outro ponto importante na estratégia de crescimento do  Pinduoduo  é o atendimento a cidades chinesas distantes dos principais centros econômicos do país. Nessas localidades, predomina o público de baixa renda, muitas vezes ignorado pelas grandes plataformas de e-commerce.

No entanto, nem só de boas notícias vive a nova sensação do comércio eletrônico na China. O modelo de descontos que garante forte crescimento à varejista online também recebe algumas críticas. Entre os analistas, há quem considere que muitos itens comercializados são de baixa qualidade e chegam mal embalados aos clientes. A empresa também responde a pelo menos um processo por acusação de pirataria, movido por uma fabricante norte-americana de fraldas, segundo a qual o Pinduoduo teria vendido produtos falsificados com a sua marca.