Leite longa vida da Nestlé deixa de conter estabilizantes
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 11/09/2018
A Nestlé acaba de alterar a formulação de suas linhas de leite longa vida, vendidas no Brasil com as marcas Molico e Ninho. A partir de outubro, a empresa deixa de utilizar estabilizantes nesses produtos. O anúncio é mais um passo da empresa no sentido de oferecer cada vez menos aditivos químicos em seus produtos.
Compostos químicos, a exemplo de citrato de sódio e monofasfato de sódio, os estabilizantes costumam ser usados na ultrapasteurização do leite, com a função de manter as características originais do alimento. De acordo com a agrônoma Taissara Martins, gerente de qualidade e desenvolvimento de fornecedores de leite da Nestlé, a retirada dos estabilizantes foi possível em razão da alta qualidade da matéria-prima utilizada pela companhia. Desde 2000 a Nestlé adotou uma série de iniciativas para elevar a qualidade do leite produzido por seus fornecedores. Apenas nos últimos cinco anos fora investidos R$ 140 milhões nessa tarefa.
Segundo a agrônoma, o estabilizante é necessário em leites de menor qualidade para evitar a perda de proteína e a aparência de coalhado. "O leite de menor qualidade tem mais bactérias, mais células somáticas. Isso o torna mais propício à deterioração, por isso precisa de estabilizante", afirma Taissara.
No ano passado, todos os 3,5 mil fornecedores diretos de leite da Nestlé no Brasil já haviam recebido a certificação de Boas Práticas na Fazenda. Oferecer um produto mais natural e livre de aditivos é o intuito da Nestlé ao deixar de utilizar estabilizantes no leite. "Os estabilizantes não representam nenhum mal, mas todo mundo prefere consumir algo que não precisa dele", observa a gerente de qualidade.