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Inteligência Artificial: seu supermercado pode lucrar com ela

POR Reportagem SA+ Conteúdo

EM 22/08/2018

Conquistar novos clientes, fidelizar o público atual, ampliar o leque de vendas e identificar tendências de consumo por perfil de consumidor. Esses são alguns benefícios proporcionados ao varejo pelas aplicações de inteligência artificial. De acordo com a pesquisa Notes From The AI Frontier , realizada em mais de 20 países pelo Mckinsey Global Institute , o potencial de geração de valor anual através do uso de inteligência artificial, em todos os setores da economia, é avaliado entre US$ 3,5 trilhões e US$ 5,8 trilhões.

Outra boa notícia é que, segundo o estudo, o comércio é um dos três setores que mais pode se beneficiar com a tecnologia, com uma geração de valor na casa dos US$ 800 bilhões ao ano em sua receita anual. Essas aplicações já se fazem presentes no varejo, que começa a se habituar com o uso da AI (Artificial Intelligence, em inglês). “Isso ocorre principalmente por causa da cadeia de marketing e vendas, que é a mais sensível aos avanços da inteligência artificial. O varejo é um heavy user desses recursos, devido ao contato direto com o consumidor”, afirma Rodrigo Cunha, sócio da Neurotech , empresa especializada na aplicação prática de inteligência artificial no mercado varejista brasileiro.

Segundo o especialista, a AI tem servido para a identificação do perfil de consumo e comportamento dos clientes, não somente por grandes cadeias internacionais do setor, mas também por redes varejistas brasileiras de médio porte. “As ofertas passam a atender exatamente à necessidade do consumidor. Ao tornarem-se mais assertivas, aumentam o ticket médio”, afirma Cunha.

Como funciona

A AI combina uma série de informações que possibilita personalizar a abordagem e o atendimento a clientes de determinados perfis. “É o que definimos como personas. A análise de clustering, técnica que agrupa dados semelhantes automaticamente, identifica os consumidores que têm maior aderência a um produto ou serviço. Assim, é possível não só aumentar a eficiência na aquisição de novos clientes, mas prevenir a perda de antigos”, explica o sócio da Neurotech.

Apoio na precificação

Outra funcionalidade importante da AI é otimizar as campanhas de marketing. “Há aplicações bem sofisticadas em uso. Elas combinam centenas de variáveis que possibilitam identificar os preços e promoções ideais. Como são variáveis importantes na decisão de compra do consumidor e, ao mesmo tempo, importantes para o varejista não perder margem, é fundamental monitorar a concorrência”, alerta Cunha. Tal acompanhamento auxilia na definição dos valores cobrados pelos produtos, que trarão um equilíbrio entre o que é praticado pela concorrência e o controle da margem.

Previsão de demanda

Com o recurso da inteligência artificial, a demanda passa a ser mais previsível, o que permite, por exemplo, aprimorar o controle de estoque e a reposição das gôndolas. “Na Neurotech, já tivemos experiência de relacionar clima e trânsito para prever o fluxo de lojas, o que se faz por meio da combinação de fontes públicas disponíveis na internet. Um grande conjunto de variáveis externas são usadas no País para prever a demanda”, ressalta o especialista.

Análise de crédito

Uma das soluções da Neurotech para o varejo é o Riskpack, capaz de analisar o risco de crédito de consumidores. Com o uso da AI, identifica em poucos segundos a real capacidade do cliente honrar o compromisso. Além de redzir a inadimplência, segundo a empresa, torna-se possível elevar o volume de negócios em razão da redução do tempo de espera para avaliação de risco, e também realizar mais concessões de crédito, uma vez que a ferramenta identifica bons pagadores mesmo entre pessoas que ainda aparecem negativadas nos bureaux de crédito.

Segundo a Neurotech, essa solução é usada hoje por mais de 100 redes varejistas, além de 40 instituições financeiras. Por mês, ela realiza mais de 105 milhões de analises de perfis para avaliação de risco e concessão de crédito. “O crédito tem que ser o alavancador do negócio e é preciso inserir o cliente com segurança, de modo rápido e preciso”, explica Domingos Monteiro, CEO da Neurotech. 

 

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TAGS:Inteligência Artificial, AI, Tecnologia, Gestão, Marketing
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