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Inovação nas empresas agora depende de novos requisitos

POR Reportagem SA+ Conteúdo

EM 03/08/2018

Estamos em um momento incrível para inovação, no qual progressos antes improváveis agora são possibilidade reais. No entanto, os requisitos atuais para inovar são totalmente diferentes daqueles das últimas três décadas. A análise aparece em um artigo escrito conjuntamente por Chandra Gnanasambandam, sócio sênior da McKinsey & Company no Vale do Silício, onde lidera a prática global de crescimento, e Michael Uhl, sócio no escritório do Vale do Silício da McKinsey, responsável por liderar empreendimentos corporativos para a prática de tecnologia de crescimento da empresa.

Trabalho colaborativo é essencial para inovar

Um ponto importante, segundo a análise dos especialistas, é que caminhar sozinho deixou de ser a maneira certa de seguir. Trabalhar de forma colaborativa é essencial não apenas para as startups como até para companhias líderes de mercado. E a verdadeira mudança só vem realmente quando o velho e o novo trabalham juntos, valendo-se dos pontos fortes de cada um.

Para Gnanasambandam e Uhl, o modelo de transformação motivado somente pela tecnologia, responsável por nos trazer um contato cada vez mais próximo com computação, internet e aplicativos para smartphones, não é mais suficiente. Hoje, transformar os antigos setores das empresas envolve bem mais do que ter novas tecnologias. É fundamental conhecimento sobre aspectos como regulamentações, protocolos de testes e mesmo dos ativos físicos tradicionais.

Os sócios da McKinsey no Vale do Silício exemplificam com casos do setor automotivo que mostram como tecnologia inovadora não garante, exclusivamente, todos os resultados. Um deles é o da empresa A123 Systems, que prometia ser um case de energia limpa, com baterias desenvolvidas à base de lítio, que de cara agradaram montadoras interessadas em usá-las nos carros híbridos. Parecia o cenário perfeito, no entanto a start-up não conseguiu manter o ritmo do desenvolvimento. Não conseguiu conter o crescimento de fabricantes tradicionais de baterias e, de quebra, sofreu com defeitos na produção que levaram a um recall de US$ 55 milhões em 2012. Uma empresa tão promissora faliu em 2013, sendo posteriormente adquirida por uma companhia chinesa. Mesmo assim, fechou no ano passado uma fábrica em Michigan e mudou seu foco de atuação ao diminuir a produção de baterias à base de lítio.

Mesmo a Tesla, reconhecida como empresa inovadora e comandada pelo festejado CEO Elon Musk, enfrentou dificuldades no caminho. Muito elogiada pelo exterior bem-projetado de seus automóveis e pelos avanços em automação, a companhia já recebeu diversas críticas de consumidores frustrados com o acabamento interno dos veículos, considerado por muitos de padrão abaixo dos concorrentes. No ano passado, inclusive, a Tesla foi buscar no mercado o diretor de interiores da Volvo para melhorar esse aspecto nos seus veículos.

Como as empresas podem buscar inovação

Com base nos trabalhos qu realizaram com CEOs de grandes empresas, fundadores de start-ups e investidores ao redor do mundo, os sócios da McKinsey no Vale do Silício descobriram que trabalhar de modo colaborativo traz, entre seus benefícios, uma verdadeira troca de ideias, de modos e visões para atingir objetivos distintos. Para revolucionar as antigas indústrias, Chandra Gnanasambandam e Michael Uhl acreditam que empresas pequenas e grandes devem passar por cima do espírito competitivo e abraçar seus pontos fortes e fracos. As start-ups injetam nova expertise tecnológica, e os investidores fornecem o capital e o acesso aos novos talentos.

No caso das grandes empresas ou companhias tradicionais, ganha muito importância ter visão estratégica não apenas para a inovação, mas para uma nova e melhor maneira de fazer negócios. A inovação é, por natureza, arriscada e imprevisível, mas as empresas podem melhoras suas chances ao reinventar toda sua abordagem. E o melhor modo de fazer isso é com uma estratégia clara, equipes dedicadas, portfólio diversificado de modelos, incluindo parcerias únicas, além, é claro, de forte capacidade de elevar novas tecnologias e modelos de negócios a seu negócio principal.

 

 

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TAGS:Tecnologia, Inovação, Startups
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