GPA revela estratégias que recuperaram a rentabilidade e prevê um incremento de até 2 p.p. no Ebitda
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 07/12/2023
Foto: Arquivo SA+ Ecossistema de Varejo
Crescer acima da inflação, voltar a ser referência no segmento premium, ampliar a liderança no digital, expandir no formato proximidade e melhorar rentabilidade. Esses eram os principais objetivos do GPA no início de toda reestruturação pela qual a companhia passou e que gerou resultados expressivos.
A Margem Ebitda do último trimestre foi de 7%, número que deve ainda melhorar em 2024, devendo atingir de 8% a 9%, conforme revelou Marcelo Pimental, CEO do Grupo, durante a conferência Investor Day, realizada ontem (06). Ainda em processo de melhorias, a companhia já “aparou o mato alto”, segundo definiu Rafael Russowsky, CFO do GPA.
Confira algumas das mudanças implementadas para cortar custos operacionais e destinar recursos em atividades que corroboram para o aumento das vendas e satisfação do shopper.
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Revisão do sortimento
Durante o processo de revisão, foi verificado um excesso de SKUs. O sortimento era improdutivo, com produtos que chegavam a ficar 200 dias parados. Com a otimização do espaço, que eliminou 12% do mix, as disputadas prateleiras passaram a ter itens mais relevantes para o shopper, estimulando as vendas.
“O Gerenciamento de Categoria proporcionou uma melhora da visibilidade que antes não havia pelo excesso de sortimento”, acrescentou Rafael Russowsky. A revisão, revisitada trimestralmente, ajudou na recuperação da rentabilidade, a qual para a companhia pode ter uma evolução maior.
Foco nos perecíveis
Um dos objetivos era trazer os perecíveis de volta para o protagonismo. Hoje, a seção que traz frescor e recorrência nas lojas da bandeira Pão de Açúcar representa 50% do sortimento.
Joaquim Sousa, diretor executivo comercial do GPA, reforçou a importância dos perecíveis, o quão estratégicos são e como os produtos são monitorados. “Todos os itens perecíveis são auditados da origem até a loja. Estamos desenvolvimento especialmente um trabalho com fornecedores de orgânicos, que já cresce mais de 10% nas lojas”.
Relacionamento com fornecedores
A melhoria da margem bruta passa por uma aproximação com fornecedores, em um relacionamento colaborativo que beneficia ambas as partes. Em 2023, 53% das vendas foram cobertas pelos planos realizados em conjunto com a indústria, os chamados JBPs ou JVCs.
“A parceria e colaboração foram determinantes para nosso negócio. Melhoramos custos logísticos, diminuímos a ruptura e reduzimos 9 dias de estoque. Os fornecedores cresceram 16% de vendas em valor e 12% em volume”, disse Joaquim Sousa. Ele contou que foram identificadas oportunidades de R$ 100 milhões.
Melhora na experiência de compra
A satisfação do cliente é monitorada pelo NPS, que indicou que as principais reclamações eram: filas no caixa, falta de produtos e atendimento especializado nas áreas técnicas. A questão da ruptura evoluiu com a revisão de sortimento e aproximação com fornecedores, conforme explicado. Para reduzir tempo de espera, a empresa investiu em self-checkout.
A iniciativa reduziu as filas em 8%. A meta é que todas as lojas do Pão de Açúcar tenham autoatendimento em 2024. Cerca de 20% dos clientes da bandeira optam por essa forma de finalização de suas compras.
Por fim, para melhorar a qualidade do atendimento, foram aplicados treinamentos para padeiros, açougueiros e outros profissionais técnicos. 83% das lojas tiveram mudança de layout, o que também facilitou o fluxo na jornada de compra.
Frederic Garcia, diretor de negócios especializados do GPA, explicou que foi feita uma otimização do quadro de colaboradores, cortando custos em áreas corporativas que não necessitavam de mais apoio para investirem em mão de obra nas lojas, o que traria de fato melhoria na experiência do cliente. Uma das novidades foi a implementação de especialistas de queijos e vinhos para impulsionar as vendas de produtos de alto valor agregado.
Redução de custos
Além de todas as iniciativas citadas, outras decisões foram tomadas para cortar processos que encareciam operações que não eram foco da companhia. Uma delas foi a unificação das bandeiras Compre Bem e Extra, otimizando o mix e toda gestão. Aliás, as melhorias feitas no Pão de Açúcar, como revisão do sortimento e implementação de self-checkouts, serão replicadas no Mercado Extra em 2024.
Essas readequações da estrutura corporativa permitiram um corte de custos de R$ 130 milhões, corroborando com o aumento da rentabilidade.
Outra importante decisão foi a venda dos postos de combustíveis, negócio que inicialmente tinha o intuito de impulsionar as lojas de proximidade, que ainda são um dos focos da companhia, mas que não são mais estratégicos para tal objetivo.
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