Eleições 2018: Doze perguntas para refletir melhor
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 27/07/2018
A próxima eleição certamente será uma das mais delicadas da história do Brasil, por tudo que se tem visto e analisado: corrupção, falta de confiança na política e nos políticos, impacto da crise no consumo da classe média, empobrecimento do público de baixa renda, violência, e antagonismo raivoso, impulsionado pelas redes sociais.
O calor das emoções deve ceder lugar a análises: quais candidatos podem favorecer o consumo, a confiança, o equilíbrio da economia, o bem-estar das pessoas (essencial para evitar turbulências sociais graves).
Um dos pontos é escolher a dedo os candidatos a deputados federais e senadores. Só para ter uma ideia, apenas 36 deputados federais eleitos em 2014, conseguiram os votos necessários para obter uma cadeira da Câmara . Apenas 36! Os demais foram eleitos por sistema proporcional, bonificados pelo número de votos que ultrapassa o quociente eleitoral.
“Boa parte da população não sabe repetir o nome dos políticos para os quais depositou seu voto”, afirma Marco Antonio Teixeira, cientista político e coordenador do curso de Administração Pública da FGV-Eaesp .
As coligações entre partidos são outra “armadilha”. Pelo menos tal como é desenhada hoje. Permite o “toma lá dá cá”, que tem conduzido o País a conchavos corporativistas, obtenção de cargos “sem responsabilidade pelos resultados” e corrupção.
Responda a si mesmo algumas perguntas
1. Quero eleger políticos da escola clientelista e corporativista? Eles levarão o País a desenvolver a economia? O consumo? os investimentos?
2. Quais candidatos defendem mudanças no sistema político? E, entre os que defendem, quais são suas propostas para melhorar a qualidade das decisões
3. Que alianças meus candidatos ao governo estadual e federal estão fazendo? O que terão de ceder ou negociar com os partidos da base de apoio?
4. Acho legítimo que meu candidato ao governo venha a usar o posto como trampolim político? Isso pode prejudicar meu estado?
5. Quem são os vices dos candidatos a governador e presidente?
6. Qual o perfil comportamental dos meus candidatos? Ele é negociador? Impulsivo? Flexível?
7. Estou escolhendo um candidato SÓ para me opor a outro, que repudio? Isso faz sentido?
8. Será que vale equilibrar meu voto entre partidos para que haja uma oposição saudável no legislativo?
9. Quero um candidato não-político ou quero um novo jeito de fazer política?
10. Entendo bem as consequências de votar apenas em legenda, em branco ou nulo?
11. Sei o papel que o legislativo desempenha no sistema político brasileiro? Me esforço para conhecer os candidatos às câmaras e senado?
12. Busco informações apenas nos programas eleitorais e redes sociais?
A escolha de qualquer brasileiro não é fácil. Mas não podemos esquecer que, por meio de manobras ou não, eles foram escolhidos por nós. A questão é: como entender o jogo político, as coligações, as propostas x a realidade, entre outros pontos. E como decidir a partir de diferentes pontos de vista e não só do próprio círculo de convivência.